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Zack

Com a nossa agenda lotada nas últimas semanas, as pausas para os feriados foram bem estranhas pela falta do que fazer. Passei a Ação de Graças só com a minha mãe, e o Natal sozinho em casa, vendo alguns jogos de futebol para me entreter. O irmão da Britt era mesmo uma fera, arrasava nos passes e nos recebimentos, e tinha uma confiança fora do normal. Alguém tocou a campainha no início do terceiro quarto do jogo que eu estava vendo. Ninguém vem me ver aqui durante os feriados, abri um pouquinho da porta temendo dar de cara com o meu pai. Mas eram só a minha tia e a Gwen.

—Feiz Natal, Zack! — minha prima gritou saltitante.

—Ei Gwen! Feliz Natal! — ganhei um abraço dela, e ela entrou e pulou no sofá.

—Desculpa ter aparecido sem avisar, a Marianne disse que você estaria em casa, e apareceu um compromisso de última hora. Não achei ninguém mais pra cuidar dela, você pode? Estarei aqui antes das 18:00. Ela já viu o papai Noel, e abriu os presentes dele, então qualquer brinquedo da mochila dela deve distraí-la.

—Ok. Vamos nos divertir muito, ela estará segura aqui, pode ir despreocupada.

—Hm, eu vi que um dos seus jogadores era treinado pelo garoto que machucou a Gwen.

—A jogadora. — contei. Ela arregalou os olhos.

—Justo a menina? Poxa. Fica atento, a gente não sabe quando pode acontecer de novo.

Garanti que ficarei, e ela saiu depois de dar um beijo na filha e fazer cócegas nela. Sentei do lado da minha prima.

—Que tá acontecendo ali? — perguntou apontando pra TV

—Um jogo de futebol, o esporte que eu faço.

—Isso? Que faz dodói?

—Não faz tantos. Usamos várias proteções.

—Eu tenho uma bola de ovo! Mamãe pôs na mochila.

Ri baixinho da bola de ovo, enquanto ela foi pegar a bola oval dela. Era de pelúcia, mas ela insistiu em jogar comigo. Peguei leve com ela, que fez o primeiro ponto chutando a bola no sofá, que era o gol. Estava a um metro dela, mas comemoramos juntos.

—Você não pode! Não é do meu time. — me repreendeu. Fingi estar chorando então, e ela veio até mim preocupada. A campainha tocou quando ela conseguiu escalar o sofá. Levantei, e ela ficou chateada por eu tê-la enganado. Dei um beijinho na testa dela, e fui abrir a porta. Lá estava o maior ídolo da Gwen: a Britt. Com uma cara estranha.

—O que você está fazendo na rua nesse frio? — perguntei preocupado

—Eu trouxe cookies pra você. Acabei de tirar do forno, estão bem quentes. — me estendeu uma vasilha com os biscoitos. Peguei e encarei a garota.

—Sério que você saiu nesse frio para me trazer cookies? Está fazendo 2ºc, a sensação térmica abaixo de zero, quem te mandou aqui?

—Não posso vir porquê quero? Estou sozinha em casa, fiz cookies demais, e para não desperdiça-los, os trouxe para você. Você mora mais perto também.

—E por quê a careta?

—Porque está mais frio do que imaginei. Vou voltar pra casa, onde tenho cobertas. Aproveite os cookies!

Ela se afastou, mas ao chegar na calçada principal, escorregou e caiu de bunda no chão. O gelo na calçada faz isso com frequência. Deixei os cookies numa mesa, e fui ajudá-la a levantar.

—Você acha que consegue chegar em casa sem cair? — o atropelamento por uma bicicleta me diz que não. — Pode ficar aqui até alguém vir te buscar, ou até a rua estar menos escorregadia.

Amor em Jardas - Série Endzone - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora