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Brittainy

Enfim o último dia do ano. Foi um ano bem estranho pra mim, porquê... vou contar do início.

No dia primeiro de janeiro tive que separar uma briga entre o Peter, meu antigo capitão, e o slotback do time. Logo nos primeiros minutos, ganhei um tapa acidental no rosto, que fez o Pete ter que beijar meus pés para eu não contar para alguém. Ele era assim, estava sempre pedindo desculpas por algo que fez. Cinco meses depois, pouco antes das férias de verão, ganhei um empurrão também dele, foi sem querer, mas ele disse que o Zack faria por querer.

O maior erro do ano foi ter acreditado nele quanto a isso, já que o capitão é muito cuidadoso comigo.

E já que falamos na peste, conheci o Zack na situação mais constrangedora que eu poderia imaginar. Ele estava, sim, prestes a engolir a menina no meio da escola, se a empata foda aqui não tivesse chegado e atrapalhado a festa. Ele nunca me chamou assim, mas eu gosto desses nomes estranhos. Desde então, nunca o vi com mais ninguém do sexo feminino além de mim e da família dele.

Sei que exijo um pouco mais de atenção por ter alguns problemas de saúde, e por ser a jogadora nova, então talvez seja isso, ou ele tem uma namorada secreta. São as únicas duas possibilidades que consegui conciliar entre coração e cérebro. Não posso me iludir com a ideia de que ele é o príncipe no cavalo branco, até porquê dispenso este. Quero alguém que me entenda e me respeite, só isso.

Sim, ele foi a pessoa que melhorou meu ano e arrancou risadas de mim. Tento não admitir o que sinto por ele para não nos complicar com o diretor e com o treinador, já que há regras. Para complicar mais esse último dia e fechar o ano com chave de ouro, vou ser a vela dos meus pais essa noite. Que divertido. Agora estou tentando decidir entre um vestido preto com detalhes brancos ou vermelho, não conheço o restaurante para onde vou, então...

—Mãe! Preciso de ajuda com a roupa!

E em alguns segundos a dona Angela estava aqui, ponderando os prós e contras dos dois.

—O vermelho combina mais, porque é menos formal e é curto. Você pode usar uma meia calça se quiser, mas pelo menos não vai ficar tropeçando na saia como nesse outro. Meia calça branca ou preta.

Peguei a branca, meus sapatos já eram pretos. Tive ajuda para me vestir, porque meu cabelo estava pronto e a maquiagem também. Ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas.

—Não consigo acreditar que meu bebezinho já é uma mulher que logo estará na universidade. — fungou, e a abracei.

—Não chora, mãe, estarei aqui perto, você pode ir me ver quando quiser. É só pegar um avião.

—Foram 16 anos só andando alguns passos, vou demorar a me acostumar. Sei que não sou a melhor mãe do mundo, Britt, mas sempre tentei ser a melhor pra você. Falhei miseravelmente um monte de vezes, e acertei algumas outras, mas isso não diminui o quanto eu te amo.

—Para com isso, dona Angela, não posso chorar. — ou eu viraria o monstro do rímel. — Vamos logo tirar uma foto, ou não vamos conseguir achar nenhum restaurante disponível.

Devemos ter uma foto pra cada momento importante juntos, desde que eu me lembro meu pai documentava tudo. A foto foi tirada no momento certo que a campainha toucou. Meu pai foi atender enquanto eu e minha mãe olhávamos a foto. Ficou um desastre, a mesa de apoio da câmera era baixa demais.

—Filha, é pra você.

Pra mim? Não convidei ninguém! Minha mãe foi rápida em puxar o Zack, quem estava na porta, para ser o fotógrafo.

—Tente não tremer, e não corte minha cabeça. — instruiu. Ele tirou três fotos, e as três ficaram ótimas. Ela ficou se lamentando por não ter conhecido o Zack antes, e eu fiquei curiosa para saber o que ele estava fazendo aqui.

Amor em Jardas - Série Endzone - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora