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Brittainy

A primeira semana de aula depois daquele jogo se resumiu a conseguir assinaturas, treinar e fazer as aulas de natação com o Zack, porque decidimos que era um contato necessário. No sábado, ainda por cima, havia a feira de ciências, que por algum motivo não explicado foi transferida para essa data. Que é hoje. Eu estava terminando os detalhes do braço mecânico, quando o Victor apareceu na porta do meu quarto, aparentando ter tomado dez copos de café e um red bull, tamanha animação.

—Não encosta aí, tá secando a tinta. – pedi.

Reproduzi a tatuagem com ajuda da minha mãe, e ficou igual nas fotos que eu tinha para levar como base.

—Tá perfeito, até os risquinhos das unhas. Caramba garota.

Eu estava fazendo as cutículas, era a última coisa que faltava. Chequei a tinta da tatuagem quando estava pronto. Seca.

—Acabei! Uhul! Estamos atrasados. — olhei o relógio — Vamos rápido.

—Hey. — ele chamou quando peguei minha bolsa — Você vai de pijamas?

Olhei para baixo, e notei que eu não havia trocado de roupa — mal tinha dormido. Coloquei uma calça esportiva larga por cima do shorts, e o agasalho dela por cima da blusa. Desci as escadas correndo, com o braço na mão, e meu pai me olhou curioso.

—Onde você vai com essa... coisa? — perguntou

—Feira de ciências, esse é o projeto do meu grupo. Devo voltar de tarde, tchau.

Abri a porta, o Victor atrás de mim, e entrei no carro dele. Todo mundo na escola olhou pra gente curioso, e encontramos o aluno com o pai no nosso estande. Tinham vários, culinária, física, biologia, quase todas as áreas mais famosas, além da parte de esportes, gerenciada pelo capitão. A organização resolveu juntar a festa da escola com a feira de ciências, então depois de ver a nota do nosso trabalho, eu ia para a barraca do beijo. A professora de artes pediu que eu substituísse uma garota na hora do almoço dela, e aceitei, era só dar alguns selinhos e eu ganhava cinquenta por cento do que eu recebesse lá. Cada beijo era um dólar, meio caro, mas não houve discussão sobre o preço.

Eu estava colocando os enfeites na nossa mesa, quando alguém abraçou minha cintura e me tirou do chão.

—Zack, eu preciso colocar essas coisas ali. — avisei

—Sou tão previsível assim? — perguntou triste

—Vi você entrando. Achei que tínhamos combinado que seríamos só amigos.

—Estou só te abraçando, Penelope, não te pedindo em casamento. Vim te mostrar isso antes de ir ensinar futebol para o monte de crianças que estão me esperando. — me entregou vários papéis com assinaturas numeradas.

—Isso é...?

—O abaixo assinado. Tem seiscentas assinaturas já, hoje deve bater as oitocentas, e até o final das aulas acho que terão duas mil.

—Eu achei que teriam cinquenta, no máximo. — falei embasbacada

—Só da escola foram quatrocentas. As pessoas gostam de te ver jogar.

—Eu não fazia ideia que era isso tudo.

A última assinatura me fez rir, e quase chorar. Com uma letra bastante estranha, estava escrito "Gwen Derren".

—Ela insistiu que tinha que assinar, e precisamos de todo mundo que se disponibilizar. Minha mãe também assinou aqui, — apontou a assinatura da mãe — e minha tia aqui. Todo mundo se sensibilizou com seu sonho. Ah, aqui tem também algumas que talvez você vá gostar. — virou uma página, e ler os nomes de jogadores famosos me fez querer chorar. Para comprovar que era para isso, e não autógrafos retirados da internet, eles escreveram recadinhos embaixo.

Amor em Jardas - Série Endzone - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora