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Zack

A Britt não se deixou abalar mesmo. Me acompanhou até minha casa no dia seguinte para fazermos a aula.

—Você não tem que fazer isso, Brittainy. — repeti pela milésima vez.

—Diga isso mais uma vez e colocarei silver tape na sua boca.

A olhei, rindo da ameaça. Mas ela estava séria.

—Me fala a verdade, vai. Você não veio comigo pra nadar.

—O Sebastian brigou com os meus pais mais ontem, disse que eles não cuidam de mim como deveriam cuidar, e que se as coisas continuassem assim ele me levaria para o Colorado.

—Ele não mentiu, Brittainy. Você sabe que não. Eu percebi isso acontecendo desde o primeiro momento em que conheci os seus pais, ou melhor, em que não os conheci, quando você foi atropelada pela bicicleta. Mas ele não tem que te levar para o Colorado também. Você tem amigos aqui, pode ficar na minha casa. — sugeri com um sorriso

—Ele é meu responsável legal, também. Posso ficar com ele sem que acusem alguém de sequestro. Eu sempre fiz um monte de atividades para não ficar muito tempo em casa. Balé, música, futebol, conselho estudantil. Mas tive uma queda nas notas em maio do ano passado, e precisei escolher só um. Escolhi o futebol, minha mãe ficou indignada e me inscreveu no balé também. Pra ela, a imagem que eu passo aos outros importa mais que o meu bem estar.

—Não fala isso. Ela te ama, do jeito estranho dela, mas ama.

—Eu não sei... — falou com os olhos enevoados pelas lágrimas, e permitiu que elas caíssem. A abracei, confortando-a.

—Ama sim, Britt. Ela sorri pra você quando você não vê, e se preocupa com você, meu bem. Se anima quando vê você feliz ou animada, e fica mal quando você não está bem. Talvez ela só esteja abalada pelo choque do acidente, mas, se não, posso gastar um pouco de gasolina para ir treinar minha jogadora nos fins de semana e trazê-la para os jogos. O Colorado nem é tão longe assim.

Ela riu na minha blusa.

—Só você pra sugerir isso.

Fiquei aliviado ao ouvi-la rindo. Quando chegamos na piscina, ela vacilou na hora de entrar.

—Eu não quero nadar hoje, capitão. — murmurou — Podemos fazer outra coisa na água?

—Hm, sim. Espera aí, vou pegar uma coisa. — busquei a bola redonda de vôlei na caixa de brinquedos de piscina da Gwen. Era minha, apesar de estar lá. — Não sou muito fã de esportes com bolas redondas, mas faço um esforço por você.

—Eu não sei jogar vôlei.

—Seremos uma dupla e tanto, então. Sei o seguinte, você tem que manter a bola no ar, não importa como, deixou cair é ponto do outro.

Jogamos por muito tempo. Para quem não sabe jogar, ela se saiu muito bem. Ganhou de dois pontos na primeira partida. Como não gosto de perder, aceitei a derrota e sugeri outra partida. Ficamos empatados.

—Qual será o critério de desempate? — perguntou

—Quem fizer cinco pontos primeiro ganha.

—E o prêmio?

—Ãn, eu quero um beijo na boca. Seu. — sorri

Ela corou e falou:

—Ok. Eu quero biscoitos. Prepare-se para comer cookies comigo, capitão.

—Nada disso. Você se prepare para me dar um beijo.

Foram os três minutos mais acirrados de qualquer partida que joguei em toda minha vida. Por um erro de cálculo dela, eu ganhei. Sorri enquanto me aproximava.

Amor em Jardas - Série Endzone - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora