XIII A flor de lótus

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Vieram a descobrir, enquanto seguiam o casal, que o líder dos gnomos estava em outra cidade. Zaul seria seu guia até lá, antes, porém, foram convidados a se hospedarem em sua casa. Contudo, os outros os gnomos não pareciam muito felizes com a presença deles ali.

- Alguns de nós ainda guardam ressentimentos - informou Asteka. - Mas não liguem para isso. Vocês estão sob a proteção do líder.

Caminhavam por um dos arcos que rodeava o cânion. Muitas casinhas se fecharam à sua passagem e rostos nada amistosos os observavam por detrás das janelas.

Os gnomos eram em sua maioria de cabelos loiros e cacheados, mas alguns, como Zaul e Asteka eram ruivos. Não eram diferentes de pessoas comuns, apenas pequenos. E havia crianças também, mas o curioso era que não tinham cabelos, e eram muito miudinhas.

A casa de Zaul e Asteka ficava lá embaixo, na primeira camada de construções. Tudo se parecia um grande complexo de edifícios quando se olhava de lá e era impossível contar quantas portas e janelas.

- É aqui - Zaul falou e abriu uma das portinhas.

Eles tiveram que se abaixar para entrar, mas uma vez lá dentro puderam se erguer. Assim que cruzaram o portal, dois gnominhos, menino e menina, correram ao encontro de Zaul e Asteka.

- Esses são os traidores? - o menino perguntou.

- Não fale assim, Pipê - a mãe ralhou.

- Mas eles são, não são? - a menina disse.

- Bom, não - Zaul se atrapalhou. - Quero dizer, são, mas não estes, outros como eles.

- Não entendi.

- Não há o que entender, Luara - falou Asteka. - Agora, sejam educados e parem de ofender nossos convidados.

- O pai do Dalan falou que eles são sim - Pipê teimou.

- Não somos nada disso não! - falou Germain em tom aborrecido.

- Oh pelos deuses! Vão já para o quarto. Anda! Desculpem eles - tornou Asteka quando os filhos sumiram por um corredor. - Eles têm ouvido muita coisa por aí.

- Sentem-se - Zaul convidou - por favor, fiquem à vontade.

Vendo de fora Abiel não poderia dizer como a casa por dentro era espaçosa, confortável e aconchegante. Havia uma lareira, um tapete fofo em frente a ela e dois banquinhos. Uma mesa quadrada e comprida, com dois bancos únicos, estava próxima à um fogãozinho, e na parede ao lado tinha um sofá também e uma estante.

O sofá era baixo, mas espaçoso e os quatro couberam nele. Zaul puxou um banquinho e se sentou de frente para eles.

- Vou preparar alguma coisa para vocês comerem - falou Assteka.

- Estávamos sendo esperados então? - Rutsed disse.

- Oh, estavam sim, desde que puseram os pés na mina nós sabíamos que estavam aqui - respondeu Zaul. - Nada entra e nada sai do nosso reino sem que saibamos. Quando nós avisamos o Núcleo sobre vocês, o líder mandou leva-los até lá. Em geral, ele não se importa com o que fazemos com os visitantes.

- Quer dizer que ainda não estamos no fim? - Abiel perguntou. - Nós caímos durante dias.

- Você não caiu no encantamento? - Zaul e mediu o garoto com um olhar desconfiado.

- Que tipo de encantamento? - quis saber Rutsed.

- Nosso feitiço de proteção - Zaul falou - vocês passaram por ele.

Os deuses de Anwar, A lenda de Abiel (EM REVISÃO - PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora