66 - Ele era real;

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...

Lembrei do sonho outra vez, ainda fresco na minha imaginação, o que fez com que aquele momento fosse ainda melhor. O pensamento em perdê-lo, em ter que me afastar dele outra vez, ou o que era pior: ser abandonada por ele, estava me apavorando cada vez mais, justamente porque cada vez mais eu me acostumava em estar perto dele e depender de sua presença. Era possível que eu estivesse desenvolvendo algum tipo de fobia ou síndrome, e talvez eu temesse que ele descobrisse e me achasse estranha demais.

Mas isso não me impedia de alimentar um crescente sentimento possessivo que se tornava preocupante.

- Não precisa ir com calma. Não precisa mudar nada.

"Não precisa porque eu amo tudo em você. Amo até as marcas que você deixa no meu corpo, porque são suas. Porque não há nada melhor do que sentir que você é meu, e não há nada melhor do que pertencer só a você."

"Não precisa mudar nada. Contanto que você fique comigo."

Senti seu braço se estender e no segundo seguinte a água quente parou de cair. O frio foi completamente esquecido, porque ele ainda brincava com meu pescoço de uma forma tão natural que me dava arrepios, que não tinham nada a ver com o inverno.

Senti algo gelado nas minhas costas e pulei de surpresa. Notei que Benício havia me prensado contra uma das paredes molhadas do box, me prendendo entre os azulejos e seu corpo. Se afastando de meu pescoço, ele agora me olhava com um certo contentamento, como se estivesse começando a se divertir.

- Se você me disser que não preciso ir com calma, vou pegar pesado de verdade. - Ele disse, olhando diretamente dentro dos meus olhos propositalmente. Ele se divertia com esse tipo de coisa, como se me desafiasse a desviar o olhar.

Benício apertou seu corpo contra o meu com força, me fazendo sentir a pressão de algo duro contra minha barriga. Sorri com a sensação. Deslizei minhas mãos pelo seu corpo, saindo dos cabelos e passeando pelos ombros largos, moldando as palmas aos músculos de seu peito e descendo mais, sentindo cada pequeno detalhe e dobra em sua pele. Tateando e acompanhando com os olhos cada caminho, cada centímetro.

Ele era real.

Passeei meus dedos pelas costas firmes, parando na parte inferior e fazendo um pouco mais de pressão ali, tanto para apalpar aquela parte quanto para trazê-lo mais contra meu corpo. Não lembrava se já tinha alguma vez tocado na bunda dele, mas tinha que lembrar de fazer aquilo mais vezes.

Beijei seu peito molhado delicadamente. Era onde meus lábios alcançavam sem precisar levantar a cabeça. Senti as pontas dos meus dedos doendo, e me dei conta de que estava apertando-o com força demais. Inconscientemente. Como se não quisesse largá-lo, como se pretendesse fundi-lo a mim, na esperança de que, nós dois sendo um só, não poderíamos nos separar mais.

Os cabelos da minha nuca foram puxados delicadamente, me fazendo levantar a cabeça por reação, e no segundo seguinte senti sua língua deslizar na minha de forma calma, sensual, intensa. Havia um gosto forte de menta, e me perguntei em que momento ele tinha escovado os dentes. Não me aprofundei na tentativa de descobrir a resposta, porque ele já intensificava um pouco mais o beijo, deslizando suas mãos pelas minhas costas como se quisesse memorizá-las. Ele parou na curva da minha lombar fazendo círculos, como se estivesse me provocando, como se dissesse "eu vou descer, mas só quando eu quiser". E eu queria tanto que aquelas mãos descessem...

Me equilibrei nas pontas dos pés, tentando forçá-lo a me tocar. Ele entendeu e apenas riu. Trouxe uma de suas mãos à minha nuca outra vez e, com força, me puxou contra ele, pela cabeça e pelos quadris. Permiti que meus lábios deslizassem contra os dele de forma violenta, dando à sua língua passagem para invadir minha boca cada vez mais, sempre tocando em pontos novos e deslizando por ali de formas diferentes. Benício conseguia aplicar tanta pressão ali que meus lábios já doíam um pouco, mas a dor era boa.

De Repente, Amor ❲✓❳Onde histórias criam vida. Descubra agora