141 - Final.

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...

Segui com ela para o hall, já traçando planos de como castigar Benício pelo que quer que ele tenha feito. Qualquer coisa grande o suficiente para não caber dentro daquela cozinha enorme o classificava como "culpado".

Quando chegamos no jardim, fechei os olhos lentamente e respirei fundo. Alina soltou a minha mão e saiu correndo para o Mini Cooper preto estacionado na frente da garagem, com as portas abertas.

Um carro. Por que eu não tinha pensado naquilo? Era a cara de Benício.

- Não é legal? - Ela gritou para mim, a alguns metros de distância, entrando no carro e sentando no banco do motorista - Posso dirigir?

- Não. - Falei, esfregando a testa e caminhando até ela.

- Por quê? - Ela perguntou decepcionada.

- Porque você precisa de carteira de motorista pra dirigir.

- Por quê?

- Porque se você dirigir sem uma carteira de motorista você vai presa.

- Por quê?

- Porque sim.

- Aaah...

- Cadê o papai? - Perguntei, querendo assassiná-lo.

- Não sei. Ele tava aqui...

Cretino. Deve ter se escondido.

- Vou procurá-lo. Não deixa a Babalu entrar no carro, tá?

- Tá. - Ela respondeu, se ajeitando no banco, segurando o volante e fazendo uma expressão meio psicopata.

Por via das dúvidas, tirei a chave da ignição e levei comigo.

- Benício! - Chamei no meu tom de voz mais puto, entrando em cada aposento daquela casa e me virando para procurar no próximo quando me dava conta de que ele não estava lá. Entrei na biblioteca, na sala e até na piscina. Eloá me garantiu que ele não havia passado pela cozinha. Subi e continuei gritando pelo seu nome até chegar no nosso quarto. Entrei no banheiro e concluí que ele não estava lá. Ao me virar para sair e continuar minha busca, encontrei-o a um centímetro de mim, como um psicopata. Dei alguns passos tortos para trás com o susto até bater na pia de mármore.

- Oi, amor. Feliz aniversário! - Ele falou calmamente, com um sorriso maníaco no rosto. Se eu não o conhecesse, poderia jurar que Benício me esfaquearia naquele segundo e ficaria assistindo minha morte lentamente nos azulejos do chão - Gostou do presente?

- Você lembra das minhas exatas palavras ontem de noite? - Perguntei, ignorando o fato de estar quase sendo espremida contra a parede.

- Lembro sim.

- E quais foram?

- Você disse que não queria nenhuma lembrança de aniversário.

- Precisamente.

- E o que tem? - Ele perguntou, parecendo se divertir.

- "Tem" que você concordou.

- Sim. Eu concordei.

Levantei as chaves do carro à altura dos seus olhos e as sacudi.

- Então que porra é esta?

Ele fingiu uma cara de espanto, como se tivesse sido verbalmente agredido.

- Então você chama um carro de "lembrança"? Estou chocado.

Me controlei para não esganá-lo.

De Repente, Amor ❲✓❳Onde histórias criam vida. Descubra agora