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Alice tomava um suco rico em proteínas, vitaminas e mais sabe-se lá Deus o quê, e me perguntei se ela se entupia daquilo porque estava ficando neurótica com a saúde do filho ou porque gostava mesmo de maçã. De qualquer forma, era assustador observar a quantidade de líquido que seu pequeno corpo comportava, mesmo na gravidez, tanto durante todo o almoço como agora, descansando na sala de estar.
Jorge estava sentado ao seu lado, servindo quase como um grande travesseiro para o conforto dela. Benício estava sentado em uma das poltronas gigantes que havia na sala, capaz de comportar facilmente duas de mim, mesmo grávida. Ele me puxou com cuidado e me fez sentar entre suas pernas, enquanto tomava um licor de alguma coisa e escutava Eduardo, com uma garrafa de cerveja na mão, dizer que aquilo era coisa de gente fresca.
- E você, querida? Não quer beber nada? - Emma perguntou, tocando meu braço suavemente, e todo mundo se assustou com o berro de Eduardo.
- VOCÊ É MALUCA, MULHER? ELA ESTÁ GRÁVIDA!
Demorou um pouco até entendermos que aquilo era mais uma forma de tirar sarro da cara de Benício. Tirei o pequeno copo vazio de sua mão antes que ele arremessasse no irmão e coloquei na mesinha baixa ao nosso lado.
Emma ignorou Eduardo e continuou contando como seus almoços eram solitários, já que Carlos só voltava do trabalho à noite (às vezes de madrugada), e como ficava feliz em ter a casa cheia de gente. Principalmente porque essa "gente" era a família que ela raramente via e da qual tanto sentia falta. Imaginei que talvez meus almoços começariam a parecer muito com os dela, e que talvez pudéssemos fazer companhia uma à outra.
O clima estava agradável e a conversa parecia uma canção de ninar nos meus ouvidos, me embalando enquanto Benício passeava de um lado para o outro sua mão espalmada e seus dedos pela minha barriga de forma despreocupada. Somado àquilo, o peso da comida me fazia parecer estar à beira da inconsciência, embora fosse possível que alguma coisa servida naquele almoço não tivesse me feito lá muito bem.
Foi quando estava prestes a adormecer recostada nele que senti uma coisa que me fez acordar imediatamente.
Fiquei parada, esperando por algo, embora não soubesse o quê. Talvez sentir aquilo de novo. Talvez Benício se manifestar.
Olhei em volta e vi Emma nos encarando de forma estranha.
Não falei nada. Continuei imóvel, tendo a sensação de que aquilo aconteceria outra vez. As mãos dele já não passeavam mais pela minha barriga: Agora estavam imóveis, esperando pelo que eu esperava também.
- O que foi? - Jorge perguntou, também curioso.
- Definitivamente, eu senti uma coisa... - Benício falou baixo, arrastado, ainda imóvel como eu, e de uma forma completamente repentina, como se simplesmente tivessem brotado ali, cinco mãos estavam tocando a minha barriga.
Olhei confusa para todo mundo, mas eles também estavam quietos, esperando, durante alguns segundos, pelo próximo chute.
Nada aconteceu.
- Tem certeza que sentiu? - Alice perguntou, um pouco irônica - Pode ter sido o sistema digestivo da Lís...
- Tenho certeza. - Benício respondeu de forma confiante.
Pouco a pouco, as mãos foram saindo dali, decepcionadas pela ausência de movimento e um pouco incrédulas. Quando a única mão restante voltou a ser a de Benício, eu senti outra vez.
Bastante suave, quase imperceptível, mas, definitivamente, um minúsculo chute.
- De novo! - Ele gritou como um pré-adolescente, quase não contendo a excitação na voz.
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De Repente, Amor ❲✓❳
Roman d'amourBenício é um jovem homem de negócios, embora não saiba nem do que se tratam os contratos que assina. Laralís é uma prostituta de luxo, que apesar de se sentir extremamente mal por isso, não encontra uma saída para mudar de vida. Como havia de ser, o...