135 - Saudade de nós;

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...

Naquela noite Benício ficou com Alina até dormir. Isso se repetiu o resto da semana, e eu achava justo deixá-los se curtirem depois de tanto tempo afastados, ainda mais porque ainda me sentia mal pelo que havia dito a ele. É claro que aquilo significava que eu havia sido momentaneamente deixada de lado, o que, como consequência, aflorou minha carência e uma vontade abdicada por um bom tempo.

Mas talvez já estivesse na hora de lembrar Benício que eu era a mulher dele.

- Estava procurando você. - Ele falou ao entrar na sala de vídeo enquanto tirava o casaco do avesso para vesti-lo da maneira certa. Eu estava esperando-o sair do banho havia alguns minutos, largada no sofá e assistindo qualquer coisa na tv.

Eu havia vestido a camisa social vermelha que um dia tinha sido dele. Foi proposital, eu sabia que Benício gostava de me ver com ela.

- Você parece cansado. - Falei, abrindo os braços para ele enquanto tentava parecer sexy. Obviamente fracassei.

- Por quê? Estou assim tão acabado? - Ele riu, ignorando meu abraço oferecido e sentando no sofá, já me puxando para o seu colo. Tirei o casaco das mãos dele e o joguei longe. Ele não precisava se vestir, por mais fria que a noite estivesse.

- Você nunca está acabado. - Deixei um beijo suave nos lábios dele, pensando em como abordar aquele assunto - Estou com saudade.

Ele sorriu de maneira simples e me encarou por um momento antes de retribuir o beijo, dessa vez sendo um pouco mais intenso. Sua mão encaixou no meu pescoço, e me lembrei como eu adorava quando aquilo acontecia.

- Eu também estou com saudade... - Benício parou por um momento, mordendo meu lábio inferior e me apertando contra si - Muita saudade...

Beijei-o outra vez, agora com força, lembrando de como aquilo era bom. Ele parecia se lembrar da mesma coisa, porque fez questão de aprofundar o beijo enquanto me prendia nos braços. Àquela altura eu duvidava que mais alguma coisa precisasse ser dita para fazê-lo entender quais eram os meus planos.

Agarrei os cabelos da sua nuca, quase sentindo saudades de fazer isso. Suas mãos passearam por cima do pano da camisa que eu vestia, no início apertando minha cintura com gentileza, depois se tornando um aperto um pouco mais agressivo.

Puxei-o mais para mim e ele entendeu. Sem muito esforço, Benício me levantou um pouco e me fez deitar no sofá, se deitando em cima de mim enquanto beijava e lambia meu pescoço. Meu corpo todo começou a pegar fogo, como se implorasse pelo toque dele. Quando suas mãos começaram a subir vagarosamente pela minha perna, fazendo cada centímetro da minha pele se arrepiar, ouvi um choro agudo e baixinho vindo do lado de fora.

Benício soltou um gemido de lamento perto do meu ouvido, e embora aquilo não tivesse sido para me excitar, me excitou.

- Ela deve estar com fome... - Falei ofegante contra sua boca, enquanto ainda enrolava inconscientemente os dedos nos seus cabelos.

- É... - Ele falou em uma voz triste.

- Eu vou lá... Você...

- Eu espero. - Ele concluiu, beijando meu pescoço em um ponto muito sensível, ao mesmo tempo que forçava seu corpo contra o meu, me mostrando o quão "animado" ele estava.

- Eu não vou demorar...

Beijei-o como uma breve despedida, mas não consegui desgrudar nossos lábios. Ele também não se esforçou para isso, e quando estávamos quase nos apertando a ponto de virar agressão, o choro se tornou ainda mais agudo.

- Hmmmmfff... Eu tenho... Que ir...

Ele respirou profundamente e saiu de cima de mim.

Me levantei um pouco zonza, mas fingindo ter controle sobre mim mesma. Encarei-o com cara de choro e, silenciosamente, implorei para que ele me esperasse mesmo. Mas sua ereção evidente me dizia que ele estava disposto a se manter acordado.

De Repente, Amor ❲✓❳Onde histórias criam vida. Descubra agora