XXII -Riley

31 5 0
                                    


Riley tinha se esquecido de que Missie sabia sobre o livro que ele ganhara do Mago Roxo. Ela levou Riley e Bia pelo elevador até o Castelo de Mármore e aproveitou para mostrar a Riley algo escrito acima das portas do castelo. Eram mais palavras como no livro, em uma língua de letras aleatórias que ninguém conhecia e que não podia ser traduzida. No canto, havia um sílbolo estranho; dois triângulos se cruzando e um círculo em volta. Abaixo destes, lia-se Iw.Ez.Afk. Uma assinatura, talvez, Riley pensava. Missie garantia que nem a própria princesa sabia o que era aquilo, mas que não se importava muito. Ela deixou Riley e Bia esperando na sala de reuniões enquanto ia falar com Tamires. O lugar era muito bonito, com a enorme janela com vista para os campos voadores de rosas e os mosaicos na parede. O lugar era muito frio e Riley obrigou-se a abotoar mais um botão do casaco. Queria votar para o Brasil pelo sol, mas queria ficar em Érestha pela distância de sua tia.

-Missie nunca me deixa sentar nessa cadeira –Bia comentou, mexendo na cadeira da cabiceira com desejo. O encoso era mais alto e era a única com rodihas nos pés. Ela procedeu em pular no assento e escorregar alguns centímetros. –Nunca conte isso para ela, prometa.

-Prometo –ele disse. Não se atreveria a entrar numa briga com Bia, de um jeito ou de outro. –Por que não pode sentar-se ai?

-Porque é o trono dela. Essa é a sala dela, essa é a mesa dela, eu sei lá –ela começou a rodar e rir. –Missie é muito cheia de frescuras.

Riley respeitava Missie, muito, mas quela cadeira parecia muito confortável e divertida. Ele aproximou-se e empurrou o encosto. Bia deslizou até a parede, ainda rindo, e empurrou-a com os pés para voltar até Riley. Ele desviou, e Bia continuou até bater o braço da cadeira no vidro. Ao invés de se preocupar, ela riu.

-Sua vez. -Riley sentou-se. Bia o rodou e empurrou ao redor da mesa. Os dois riram tão alto que ele estava pronto para alguém aparecer na porta e gritar com eles. Parou novamente na cabiceira, rindo. –Certo, chega, ou ela vai nos matar.

Ela ofereceu o braço para Riley levantar, e ele acabou encostando na fênix de luz que criara em sua pele. Fora como levar um choque leve, mas o suficiente para ele assstar-se.

-O que foi? –ela falou, recolhendo a mão e olhando-a, procurando algo de errado.

-Não sentiu o choque? –perguntou, levantando-se.

Ela negou com um balançar de cabeça. Riley estranhou aquilo.

-Como está Dave? –perguntou, sem saber a onde queria chegar com aquelas perguntas.

-Bem –ela olhou para a marca e franziu as sobrancelhas. –Feliz, relaxado... Deve estar com Thaila agora, por que?

-Eu não sei, só... Parece que há algo de errado –ele falou, coçando a cabeça. –Não com Dave, nem com você, mas... com o pacto.

-Errado... Como? Errado é ruim?

-Eu não faço ideia –admitiu. –A verdade é que eu não sei como posso estar afirmando isso tudo, mas eu... Sinto. É como se a luz da fênix estivesse mais fraca.

Ela encarou o braço e acariciou a cabeça da fênix com a testa ainda franzida. Riley estava curioso. Esticou a mão novamente para tocar o dedo médio dela, onde o pássaro iniciava-se. Levou outro choque.

-Nós dois estamos bem –ela falou, escondendo a marca de luz na manga do vestido e depois na do casaco. –Nós dois.

-Sim e é o que importa –Riley jogou-se na cadeira de Missie, pensativo. –Mas é estranho, tem que admitir. Depois procuro algum livro que fale sobre isso.

Érestha -Castelo de Pedra [LIVRO 3]Onde histórias criam vida. Descubra agora