XXIX -Riley

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Preferir ficar calado era uma coisa. Ser insensível era outra completamente diferente. Todos tinham decidido não falar uns com os outros e Riley não estava com vontade alguma de consertar isso. Ele só queria Alícia. Missie e Bia trocavam poucas palavras entre si. A legado do fogo passava seu tempo ao lado de Tyler ou sentada, sozinha. Ajala tinha outras preocupações e Riley queria continuar a missão o mais rápido possível. Ficava pensando sobre em que situações Alícia poderia estar e o que faria para tira-la delas. Mas Dave agia diferente. Ele estava ignorando todo mundo, e Riley não julgava seus motivos como bons o suficiente para justificar a atitude. Se decidisse não falar com Riley ele compreenderia, mas ele deixou Bia sozinha a noite inteira. Durante o jantar, enquanto eles comiam sopa de legumes, carne assada desfiada e pão em volta da mesma fogueira de antes, Dave passou por eles e foi para sua barraca sem dizer uma palavra sequer. Tinha passado o dia inteiro desaparecido entre as ruínas sujas dali. Missie passaria a noite com a enfermeira para ficar em observação e Riley não estava muito animado em dormir sozinho, mas ao menos teria o espaço todo para ele. Caminhou com Bia até as duas barracas que tinham montado mais cedo e os dois viram Dave enrolando um lençol para carrega-lo com mais facilidade.

-Não vai dormir? –Bia perguntou quando aproximou-se o suficiente.

-Não –ele respondeu. E saiu mais uma vez, sem nem olhar na cara do dois.

Não demorou nem um segundo para lágrimas escorrerem mais uma vez peo rosto de Bia, e ela entrou em silêncio na barraca, fechando-se. Riley pegou o comunicador de vidro de seu bolso e conversou com Adnei. O homem estava em sua casa, muito satisfeito em ouvir notícias. Ele só contou o necessário, sobre a ajuda de Juliana e dos sem-medo. Garantiu que logo estariam com Alícia e não falou nada sobre estar indo para Chelmno. Riley perguntou de sua mãe e Adnei pagou com a mesma moeda, contando apenas o importante. Riley não cobrou detalhes e ficou feliz em saber que Ruby estava com Maria e a família Fellows. Sentia-se mais leve. Enrolou-se no lençol e depois entrou no saco de dormir. Precisava fechar os olhos naquela noite, mas não fez muito esforço. Estava exausto. Antes de cair no sono, ouviu o choro de Bia que não se dava ao trabalho de tentar disfarçar. Estavam afastando-se uns dos outros e isso era ruim. Aquelas terras eram amaldiçoadas, e Riley queria colocar a culpa toda nela. Em seus sonhos, ele via o sorriso de Alícia se desfazer com o estalo do chicote de Pedro Satomak. A irmã chorava e implorava para ser resgatada, mas Riley estava preso ao chão, não conseguia chegar até ela. Acordou suando.

Pela manhã, depois do desejum, todos que seguiriam viajem com eles já estavam prontos. Missie e Ajala montaram os dois dragões que sobraram. Missie achava que ficaria ainda melhor mais perto do céu e Ajala quis segui-la. Embora voar com dragões fosse muito maneiro, Riley preferiu os cavalos daquela vez. Tyler e mais cinco pessoas de camisa vermelha estvam com eles, e isso já deixava seu humor diferente. Tyler era divertido e inteligente, ficaram conversando por um bom tempo, até Dave aparecer e eles poderem iniciar essa parte da jornada. Então todos calaram-se novamente. Os cinco sem-medo conversavam entre si e Tyler, mas os ouros três estavam em silêncio, no fundo da formação. Nem mesmo Alfos estava tão agitado quanto o normal naquela manhã. E permaneceram assim por duas horas e meia. Foi quando pararam pela primeira vez. Os cavalos descançaram e os camisa vermelha checavam um mapa e procuravam por um ponto de referência. Os dragões pousaram e Riley desmontou sua montaria.

-Como está lá em cima? –ele perguntou para Missie.

-Ótimo, sinto-me muito melhor. E Arhem está feliz em voar. Como está a terra?

-Silênciosa –ele respondeu. Pensou melhor e continuou –Morta.

Riley pegou uma garrafa d'água de sua mochila e tomou longos goles gelados. Ofereceu para Missie, mas ela recusou. Seu cavalo relinchou que um pouco de água seria bom, e Ajala respondeu que logo estariam próximos a um rio. Bia aproximou-se dos dois, ajustando as luvas que eram grandes de mais para si nas mãos. Não falou nada, mas era bem-vinda. Missie segurou o ombro de Riley e falou.

Érestha -Castelo de Pedra [LIVRO 3]Onde histórias criam vida. Descubra agora