Brasil

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With every small disaster

I'll let the waters still

Take me away to some place real

'Cause they say home is where your heart is set in stone

Is where you go when you're alone

Is where you go to rest your bones

It's not just where you lay your head

It's not just where you make your bed

As long as we're together, does it matter where we go

- Home - Gabrielle Aplin

Faz uma semana que eu estou de volta. Não vi o Caio desde que voltei... Quando cheguei minha mãe havia preparado uma festinha para me receber. Todos da família estavam presentes, menos ele. Minha tia disse que ele estava na empresa resolvendo uns problemas que apareceram de ultima hora.

É óbvio que isso era mentira, ele só não queria me ver, mas foi melhor assim. A festinha de recepção foi ótima, eu estava morrendo de saudades de todo mundo. Ficamos a madrugada toda conversando, fiquei sabendo das novidades, aliás, uma delas é que o Caio já esta tomando conta de boa parte das empresas do meu pai e do meu tio... Isso mesmo, meu pai e meu tio são sócios em uma franquia de hotéis e cruzeiros, eu disse que essa família era bem unida, então imagina só se eles soubessem do meu beijo com o Caio, não iria acabar bem, por isso resolvi enterrar esse assunto.

Enterrei, não enterrei? Enterrei!

- Mãe, vou dar uma volta na praia... – Grito e sigo para a porta.

- Allison Matoso, espera! – Diz e eu congelo por ela ter usado meu nome completo – Nós precisamos decidir pra qual faculdade você vai!

Mais essa! Desde que voltei estou adiando esse assunto. A Bel me liga a cada hora para saber se eu já me decidi, nosso plano é ir para a mesma faculdade. Eu pretendo cursar Letras, e ela Jornalismo. Uma boa dupla!

- Vou dar uma volta, prometo que volto com a resposta! – Uno as mãos em sinal de prece e ela concorda.

Meu apartamento fica bem perto da praia, então resolvo ir andando mesmo. O Rio de Janeiro realmente é lindo, de tirar o folego. Mesmo morando aqui a minha vida toda eu ainda me encanto.

Chego à praia e ela esta quase vazia. Já é fim de tarde, então eu me sento na areia e me perco em pensamentos. A brisa somada ao barulho do mar é extremamente relaxante e revigorante.

Não sei quanto tempo faz que estou aqui, mas o que eu estou vendo agora não pode ser verdade. Caio esta saindo do mar com uma prancha de surf na mão, e assim que ele me vê seu rosto empalidece.

Corpo definido? Confere.

Água escorrendo e o deixando divinamente sexy? Confere.

Allison sendo idiota, iludida e babando por ele? Confere.

Desvio o olhar e finjo que não o vi. Minha vontade é de sair correndo sem olhar para trás, mas isso seria ridículo, mesmo por que, nós somos da mesma família e somos vizinhos de prédio, uma hora ou outra esse encontro iria acontecer... Ah, foda-se! Vou correr.

Me levanto e saio andando, mas aí eu escuto ele me chamar e acelero o passo.

- Ally... – Ele me chama mais uma vez e eu incorporo o Usain Bolt, saio correndo mesmo – Allison! – Me chama mais uma vez só que eu não paro – Porra Ally, espera! – Diz quando finalmente me alcança e segura meu braço.

- Caio, é você! – Me faço de sínica – Nem te vi! – Dou meu sorriso mais falso.

- Viu sim...

É, eu vi. Você e os gominhos da sua barriga!

- Não vi, não! – Minha voz sobe uma oitava.

- Viu!

- Não vi!

- Viu... Ah, esquece! – Diz irritado – Você pode até fingir que não me viu, mas com certeza escutou eu te chamar.

- Não escutei não...

- Então por que você saiu correndo? – Ergue uma sobrancelha.

Cara de convencido? Confere.

Sorriso matador surgindo aos poucos? Confere.

Minhas pernas ficando bambas? Confere.

- Por que eu preciso falar uma coisa para a minha mãe, e eu esqueci o celular em casa! – Dou de ombros afastando meus pensamentos.

Ele olha para a minha mão e vê que meu celular esta lá. Isso já está ridículo demais, minha vontade é de me enterrar na areia e nunca mais sair.

- Ok, isso já esta ridículo! – Suspiro por fim – O que você quer?

- Nada, é que... Poxa, já faz um ano né? – Me encara e eu desvio o olhar.

- Por mim, poderia ter feito uns três anos... – Digo tão baixo que nem sei se ele escutou.

- Qual é o seu problema? Não vai me dizer que você esta agindo assim por conta daquele beijo? – Solta um sorriso sarcástico, e lá estão as covinhas!

- Claro que não! – Disparo.

- Então o que é?

- Caio, a gente nunca se deu bem, vamos manter as coisas assim, okay? Okay! – Digo me afastando mas ele insiste.

- Não, me fala o que é!

- O que é? – Digo já irritada – É óbvio que é pelo beijo! Tudo mudou desde aquele dia!

- Você não pode estar falando sério! Foi só um beijo, imagina se eu tivesse tirado sua virgindade! – Seu lado cretino ataca novamente.

E ele tem outro lado?

- EU NÃO SOU VIRGEM! – Grito e me arrependo assim que vejo duas pessoas passando do nosso lado - Você é ridículo... – Viro as costas para ele.

- Espera! – Me segue e segura meu braço novamente.

Não me lembrava que ele era tão teimoso e irritante. Ah, espera, lembrava sim!

- Me solta! – A raiva fala por mim – Minha vontade era ter ficado na Inglaterra por mais uns cinco anos, só para não precisar te ver de novo!

Um silêncio constrangedor nos atinge, até que ele finalmente diz.

- Bom, suas preces serão atendidas... Eu vou assumir as empresas nos EUA, você não vai mais precisar olhar na minha cara! – Dispara.

- Ótimo, faça uma boa viagem... – Encaro seus olhos uma ultima vez e vou embora.

E essa foi a ultima vez que eu vi Caio Boaventura.

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Espero que estejam gostando! Próximo capítulo sai em breve.

Não esqueçam de dar estrelinhas!!!

Beeeeeeeeijos <3

Resistindo a VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora