Carta #2

18 4 0
                                    

Manaós, 4 de novembro de 1961


Perdoe-me pela demora em respondê-lo, querido. Euterpe apareceu-me mais uma vez. Sabes bem como ela é. Desta vez, levou-me até uma jovem e, meu amor, creio que o Reino de Ouros não é mais uma lenda. A essa altura a Coroação já deve ter sido feita. Ajudei-a a encontrar o rapaz predestinado e correu tudo bem. Foi deveras prazeroso e, mesmo temendo algum tipo de desgosto vindo de sua parte, eu não pude deixar de ficar feliz em auxiliá-la. Veja bem, se Euterpe disse a mim o que deveria ser feito... a dama de Ouros é importante para ela também. Apesar de estares satisfeito com nosso exército, pouco numeroso, eu ainda cogito alianças no futuro. Entendo que o meu mal entendido com Elizabeth tenha nos causado problemas direto com Alexandre e que Charles e Judite são gananciosos demais para dividir a glória com outrem. Céus, tenho pena de Estevão. Ele é um bom Valete, mas Copas não valoriza o rapaz e se continuarem assim um motim pode acabar surgindo. Quanto ao novo Rei... Creio que vocês seriam amigos se não estivéssemos todos em guerra. César é o nome dele. Descobri também que o Valete deles também está na Universidade e quem sabe Roger torne-se amigo dele, visto que Lanzo é um rapagão pouco interessado com a causa. Ora, você há de concordar que se os dois se entenderem ficará mais fácil tomar o lugar para a resistência. Ainda não tenho informações quanto aos dons deles, mas creio que deve ser algo tão grandioso quanto os que já vimos e, ao mesmo tempo, diferente deles. Espero vê-lo novamente em breve, pois sinto falta de estar em teus braços. É insuportável termos que manter distância. Hora ou outra descobrirão nossas identidades e virão atrás de nós! Temos que aproveitar enquanto podemos estar juntos e você sabe que estou certa. No mais, desejo que os ventos nos tragam boas novas.

Amo-te.

Minerva

MANÁOSOnde histórias criam vida. Descubra agora