Estou boquiaberta.
A amada sou eu?
A odiada sou eu?Faruk?
Quem é Faruk?
Que maluquice é essa! Pisco várias vezes tentando entender essa carta! Quem é esse maluco que ameaça minha mãe!?
Se eu encontrar esse Faruk ou sei lá o que, vou querer socar seu estômago! Oras, ameaçando minha mãe por uma carta, e eu não sou desprezível! Sou?Respiro fundo e coloco a carta novamente na caixinha "Pearl", nome bonito para um lugar!
Termino de colocar as roupas na mala e fecho o zíper! Retiro com muita dificuldade a mala do quarto e deixo-a em meu quarto, pelo menos papai não irá se sentir mal tendo que entrar no "ex" quarto deles.
Volto e tranco a porta. Desço e tomo um outro banho, está quase dando a hora de ir para o colégio, então preparo o almoço e subo para me trocar, prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e confiro a mochila, desço e papai está me esperando para almoçar.
- Arrumou as coisas de sua mãe? - ele me pergunta enquanto serve um prato de comida.
- Sim papai. - penso em comentar sobre a carta, vou perguntar! - papai?
- Sim? - responde distraído com seu prato, vou me servir.
- Mamãe falou alguma coisa sobre sua cidade natal?
- Nunca disse nada querida! Ela dizia que não era necessário me desgastar com histórias tristes.
- Entendo. - me sento ao seu lado e dou uma garfada antes de perguntar - e ela comentou algo sobre seu Chatan?
- Onde ouviu isso? A senhorita é muito nova e eu não possuo Chatan - " Uma coruja me falou papai! E li em uma carta que acredito que era para ser de amor!" Penso comigo.
- Eu li em uma carta dentro de uma caixa lá no quarto. Era uma carta estranha, falava de uma garota que era amada aparentemente e desprezada ao mesmo tempo - dou um sorriso sem graça - estranho né!?
- Realmente querida! Não ouvi falar desse Chatan, mas não deve ser importante. Senão sua mãe teria comentado. - assinto.
Resolvo perguntar de Severo, não que eu queira confusão, mas papai está tranquilo então talvez eu não leve uma bronca.
- Papai, mamãe falou sobre Severo?
- Não quero que repita esse nome aqui! - papai diz com rispidez.
- Quem é esse maluco? Por qual motivo, razão ou circunstância você e mamãe falam desse homem? - minha voz sai incrédula.
- Sua mãe me disse que é um ex namorado dela que quer te roubar de nós! E disse que jamais deveríamos pronunciar esse nome que você disse! Prometa-me!
- Papai o senhor está sendo irracional! Mamãe tinha suas maluquices e só por que ela pediu o senhor não quer que eu pronuncie um nome? - Estou indignada.
- Sua mãe disse... - seu olhar se torna triste - se ela disse eu não quero ouvir esse nome sair da sua boca! - seu tom é frio. Estou magoada com papai agora, não é como se eu tivesse xingado alguém.
- Ok, desculpe! - "Inacreditável! Não digo mais nada nessa casa!"
Papai se levanta com seu prato, deposita na pia e sai para o banheiro.
Termino meu almoço e lavo os pratos, tenho que guardar toda essa bagunça quando chegar. Espero papai sair e entro no banheiro, escovo meus dentes e saio fechando as portas atrás de mim, papai está me esperando dentro do carro. Não falo uma palavra, não depois do modo que fui tratada e só por causa de um nome qualquer!Chego no colégio e decido passar na biblioteca antes de ir para a sala.
- Com licença. - a bibliotecária me dá um sorriso.
- Do que precisa?
- Gostaria de saber o significado de Faruk? - a moça sai e volta com um livro grosso repleto de nomes. Depois de alguns minutos ela me responde.
- Significa Severo, aqui diz que são honestos e rigorosos, além de serem ricos e trabalharem muito por acreditar que o ócio é detestável. - estou boquiaberta e paralisada - Moça tudo bem? - assinto e caminho automaticamente para minha sala, meu rosto está paralisado em um grande "Ó" e forço-me a voltar ao normal.
Estou confusa sobre o que acabei de ouvir e não sei se estou processando muito bem o fato de Severo e Faruk serem as mesmas pessoas, o que faz todo sentido! Isso explicaria o modo que a carta está escrita e explicaria a morte da minha... Mãe!
Minha mãe não cometeu suicídio, ela foi assassinada! As suas últimas palavras estão gravadas na minha memória "Ada se eu não retornar saiba que te amo e fiz de tudo para lhe proteger daquele monstro! Nunca se aproxime de Severo, ele é mal, muito mal!" Estou perplexa. Neste dia ela saiu durante a tarde e não voltou mais. Ele matou ela! Severo encontrou minha mãe e ela não falou sobre mim e então ele matou ela!
Meus olhos estão embaçados, não consigo assimilar tantas informações.
Sento em minha cadeira e me debruço sobre a mesa entre soluços.- Ada está tudo bem? - Tessa descansa sua mão em meu ombro e me viro em um impulso e abraço ela sem nem mesmo um aviso, Tessa retribui o abraço e me consola, como se soubesse exatamente o que estou sentindo.
Me afasto lentamente procurando me recompor.
- Está sentindo falta da sua mãe, não é? - o olhar de Tessa é piedoso. Assinto. Vai muito além de saudades, é como se eu tivesse sido esfaqueada, é uma dor tão grande que chega a ser física. O corpo de mamãe só tinha um ferimento, era uma facada no coração. Meus olhos se enchem de lágrimas novamente, mas não irei chorar, vou transformar essa dor em forças para me vingar de Severo!
- Estou com muita saudade de minha mãe Tessa, é como se alguém tivesse arrancado ela de mim a força! - "foi o que aconteceu" minha voz sai abafada, ela me lança um sorriso acolhedor e eu me viro para frente, presto atenção na aula por no máximo meia hora e volto a me perder em pensamentos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Faruk - Amando o Inimigo (Concluído)
FantasyNão é fanfic (Concluído, ainda passará por revisão) #09 em FANTASIA (03/10/2017) #06 em FANTASIA (01/06/2017) #07 em FANTASIA (02/05/2017) Adaptação de Morfeu. (Imagens meramente ilustrativas) Ada perdeu a mãe em um suposto suicídio, mas descobre um...