Capítulo 26

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Ele se aproxima e abre as algemas com uma chave. - Onde está dona Coruja? - me dirijo a ele com grosseiria.

Ele se levanta sem dizer uma palavra e me leva até a cela dela. A vejo dentro de uma gaiola. Meus olhos se enchem de lágrimas. "Agora não Ada! Força!".

Passo o dedo na cela e vou até a gaiola e passo o dedo novamente. Ela está desacordada e penso nas piores coisas. Começo a soluçar.

"Esteja viva!" Pego ela nos braços e saio apressada de lá, Rocca me segue e logo atrás vem o ser alado.

Subo as escadas correndo e quando chego lá em cima sinto minhas pernas fraquejarem " Força Ada!".

Viro-me para o ser alado.

- Caso conte para alguém que você me viu, quando eu assumir a coroa mando cortar sua cabeça! - ele me olha assustado.

- Jamais contaria majestade, eu devo obediência total para a senhorita. - ele abaixa a cabeça e passa por mim.

- Espere! - ele se vira - mostre-me a saída. - ele assenti e começa a caminhar para a saída da frente. Reviro os olhos. - quero sair pelos fundos! - Ele para e volta a caminhar pelo lado contrário. Vamos até o fim do corredor e ele abre uma porta vermelha. "Tudo aqui é vermelho e preto, nossa!". Ele continua andando e começo a descer para uma rampa que faz uma imensa curva, sigo ele e Rocca vem logo atrás de mim.

Ao final da rampa tem uma imensa cozinha.

- A saída é no fim da cozinha. - o ser alado afirma e se vira para sair.

- Lembre-se! Se contar para alguém eu mando decapitar você. - ele não olha, mas sei que ele não vai contar para ninguém e infelizmente sei também que Faruk vai descobrir que estou aqui por conta da mochila.

Caminho apressada pela cozinha e vejo olhares para meu lado. Não digo nada, apenas saio do lugar. Em meus braços estou carregando dona coruja.

Quando saio para fora fico paralisada, estou no jardim dos mortos. É lindo. Colorido. Impressionante.

- Venha Ada sei o caminho! - ouvir a voz extremamente grossa de Rocca me deixa alegre.

Seguimos pela beirada do muro e saímos por uma porta de madeira velha e totalmente desgastada. Saímos em uma imensa passarela de pedras e vejo ao longe uma grande vilarejo. Ele possui prédios de pedra e casas de pedra. É simplesmente lindo.

- Para onde iremos? - pergunto um pouco desesperada.

- Vamos para a floresta verde conheço alguns esconderijos lá!

- E como chegaremos lá? - olho para frente e a única opção é a passarela.

- Vamos ter que ser rápidos Ada, precisamos chegar no vilarejo... - Ouço trovões e vejo raios cruzarem o céu, as nuvens estão tão escuras e densas que quase me sinto prensada entre o céu e a terra.

Sigo os passos de Rocca.

- Por que o céu esta assim?

- O céu só clareia quando Faruk está de bom humor! O céu estava claro a dois dias. Ouvi um ser alado comentar, mas pelo jeito ele se escureceu novamente com a chegada de Faruk e pelo visto ele não está em seus melhores dias.

Caminhamos a passos largos e dona Coruja está começando a pesar. Sinto meus braços ficarem trêmulos. "Por favor não falhem!"

As nuvens parecem gritar de ódio pois é um trovão atrás do outro.

Caminhamos e corremos sem parar. Coloquei dona Coruja sobre meus ombros. Sei que Faruk me procurará logo logo e o pensamento está me atormentando. Infelizmente não consigo evitar de sentir uma pequena faísca de sentimento por ele. E o que me dói mais é saber que essa faísca não é ódio é pena talvez! Talvez mágoa! Qualquer sentimento que não se denomina ódio. E não se denomina amor! Me recuso a amar aquele monstro. Que matou minha mãe! Que feriu meus amigos, que ameaçou meu pai!

- Rocca quando será o baile? -

- Daqui três dias, ele vai escolher a nova guardiã e futura esposa.

- Hum... - então ele pretende me substituir "finalmente ele vai parar de me atormentar, de qualquer forma ele vai morrer antes de conseguir o que quer!"

Prometi me vingar pela morte de mamãe e é isso que farei! Não vou deixar que ele faça o que bem entender!

- Faruk sabe que está aqui?

- Ainda não, ele vai chegar ao castelo ainda, mas quase que ele descobre! - não paramos de andar em nenhum momento.

- Como entrou no castelo sem ser notada?

- Eu disse que vinha em nome das minha família e que era uma pretendente de Faruk!

- Ó! - ele começa a correr e aumento meu ritmo também - Logo fadas estão procurando por nós! Temos que chegar logo no vilarejo.

- O-o-u! - lembro-me que deixei o vestido que estava vestida no quarto que tomei banho. "Como pude esquecer!"

- Está tudo bem? - começo a correr ao lado de Rocca.

- Esqueci meu vestido no quarto que usei! - minha voz sai preocupada.

- Faruk saberá que está aqui logo logo.

- Na verdade ele saberá que estou viva logo logo! - Rocca para abuptamente.

- Você estava morta? Como que está aqui? - Rocca me olha confuso.

- Eu forjei minha morte para vim salvar vocês! Fiquei preocupado quando vocês desapareceram e não sabia se estavam vivos ou mortos. Então começou a me ameaçar, disse que carregaria papai das memórias dele e se ele não morresse ficaria louco para sempre. Além das morte de mamãe... Vou vingar tudo o que ele fez para mim e para as pessoas que amo.

Rocca me olha, sorri e volta a caminhar apressado.

- Você é muito corajosa Ada! Mais corajosa que sua mãe! Ela estaria orgulhosa de você - decido perguntar para Rocca como era a vida de mamãe antes dela fugir.

- Rocca, Faruk maltratava mamãe antes dela fugir?

- Não fisicamente! Mas sua mãe ficava trancafiada sobre os cuidados dele, ela sempre gostou de liberdade e decidiu fugir depois do baile de escolha do candidato para esposo, ela não iria fugir Ada! Mas tomou a decisão quando Faruk disse que tomaria sua primeira filha, ele disse que a muitos anos atrás havia feito um trato com sua tataravó, a fertilidade dela em troca da sua tataraneta. Sua mãe entrou em pânico e fugiu.

- Entendo... - mamãe não queria me perder por isso fez isso, ela não era obrigada a pagar pelos erros de minha tataravó, apesar de que eu só existo por causa desse maldito trato.

Faruk - Amando o Inimigo (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora