Vejo o machado atravessar o ar e decapitar dona Coruja, a cena me deixa em choque e sinto uma força crescer dentro de mim, algo extraordinário.
Meu ódio cresce tanto que sinto que vou explodir, Faruk me olha fascinado. Sinto mudanças em meu corpo, asas rompem o tecido do vestido e jogam os seres alados para longe, sinto o vestido cair aos meus pés, e manchas vermelhas cobrem minhas partes íntimas.
Meus cabelos brilham tanto que o brilho atravessa a toca, sinto meus olhos faiscando e meu sangue ferver nas veias. "Desgraçado!"
- Eu vou matar você! - minha voz sai tranquila e fito dona coruja no chão com sangue a sua volta, sua cabeça para um lado e corpo para outro.
Em segundos estou sobrevoando o salão e me jogo para cima de Faruk. Ele não se move e espera eu atingir ele com toda a força, rolamos no chão e escuto as criaturas gritando, ouço passos apressados e sei que estão correndo.
Prendo Faruk sob mim e soco seu rosto com toda a minha força e vejo sangue descer pelo canto de sua boca. Ele agarra meus punhos e gira ficando sobre mim, ele está rindo e seus olhos estão violeta. "Desgraçado!". Puxo meus punhos e dou uma cotovelada em sua barriga, ele se retrai em dor, empurro ele e alço voo.
Ele toma o ar e me encara, seus olhos voltam a ser inexpressivos, mas os meus tenho a certeza de estarem vermelhos.
Voamos um para o outro, eu encaixo minha mão em seu pescoço e derrubo ele contra o chão, sinto o piso trincar com a queda. Aperto firmemente seu pescoço e vejo o ar ir embora de seus pulmões.
- Adeus Severo! - exclamo com a voz coberta de ódio.
Quando acho que consegui sufoca-lo vejo ele sumir como fumaça entre meus dedos, bato com as mãos sobre o chão e sinto um calor pairar no meu ouvido.
- Ainda não meu amor... - sua voz é sádica.
Me viro e vou encaixar um soco em seu maxilar, mas ele segura meu punho e não para de rir, ele segura rapidamente minha outra mão e fica sobre mim outra vez, bato minhas asas em protesto e ele arqueia as dele para evitar o toque.
Solto um grunhido e tento escapar "como ele pode ser tão forte!"
- Chega de brincadeiras meu amor! - ele diz carinhosamente.
"Vou matar esse sínico!" Arqueio meu corpo e junto as asas, ele se desequilibra e cai para frente, junto os joelhos e impulsiono para cima fazendo ele sair de cima de mim.
Me levanto e procuro Alicia com os olhos, não encontro e pronuncio seu nome.
- Sei que pode me ouvir Alicia! A próxima é você! - digo alto para que Faruk escute, ele levanta e caminha em minha direção, vou na direção dele e dou um soco em seu rosto, ele cambaleia para o lado e quase cai, porém alça voo.
Olho para cima e vejo ele mecher em seu maxilar. Sorrio com a visão.
Ele me encara e cruza os braços, " Vou matar ele agora!"
Alço voo e puxo sua perna, giro sobre meu corpo e quando vou atira-lo contra o piso ele desaparece novamente. Solto outro grunhido.
- Maldito apareça! - ele sumiu, olho para toda os lados e não vejo ninguém e sou obrigada a olhar para baixo, vejo o corpo mórbido de dona coruja e sinto que vou chorar. - Apareça Faruk!
Ele surge atrás de mim e junta meus braços, segura as duas mãos com uma mão só e a outra ele atravessa pelo meu pescoço, caímos e quando estamos alcançando o chão ele para de pé, minhas asas estão cada uma para um lado abertas, Faruk está entre elas.
- Eu disse chega de brincadeiras! - sua voz é rouca e firme.
- Eu não estou brincando com você... - minha voz falha, não por que Faruk está segurando meu pescoço, na verdade ele não está apertando para machucar, mas por que não tive forças o suficiente para parar ele.
Ele começa a caminhar de costas e me puxa perco o equilíbrio e sou arrastada.
Algumas criaturas observam a cena e me olham com tristeza, não vejo esperança em seus olhares e percebo que elas contavam com minha ajuda.
Sinto a respiração de Faruk muito próxima do meu pescoço e suas mãos não soltam meus braços.
Ele caminha até um dos seres alados que algema os meus braços, Faruk ainda não me solta e nem sai da posição que está, logo vejo outro ser alado trazer uma armadura de ferro. Ele prende em mim, o objeto estranhamente não pesa, mas minhas asas estão presas junto ao corpo.
Finalmente Faruk me solta e os seres alados me seguram, lágrimas quentes rolam pelo meu rosto e Faruk para na minha frente.
- Por que você simplesmente não aceitou minha proposta? - sua voz está carregada de tristeza.
- Jamais vou te amar! Eu te odeio Faruk, odeio com todas as minhas forças. - ele sorri amargamente e me encara.
- Jamais vou pedir que me ame Ada! Mas vou manter você do meu lado. - lembro de mamãe.
- Foi isso que fez com minha mãe! Ela não te amou e você manteve ela presa e então ela decidiu fugir não é? - ele me olha confuso - acha que não sei que foram amantes! Seu cretino! Como teve coragem de matar dona Coruja, ela me fez odiar você um pouco menos e o que recebeu em troca? A sentença de morte. - minhas palavras saem confundidas com soluços.
- Nunca tive nada com Khalifa! Ela me roubou a única coisa que almejei por séculos! Ela tirou todas as minhas chances de ser feliz, ela é a culpada por todo o meu sofrimento. Todas as vezes que ia te ver ela me expulsava! Ada você jamais vai compreender por que estou fazendo isso, mas espero pelo menos poder te olhar todos os dias pelo resto da minha podre vida! - "eu odeio ele! Odeio!" - sei que não vai me perdoar, mas já me conformo com a sua presença. - ele se vira e sai.
Caio de joelhos aos prantos e sou obrigada a levantar novamente com os seres alados me puxando. Eles me levam para o quarto de frente com o de Faruk e me deixam.
Não tenho forças para lutar e me recuso a levantar, eles retiram as algemas e prendem um braço meu a uma corrente, depois libertam minhas asas.
Ouço a porta bater e sei que estou sozinha no quarto. Sem papai. Sem dona coruja. Sem Rocca. Sem Uga. Sem Tessa.
(To sofrendo pela Ada) :'(
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Faruk - Amando o Inimigo (Concluído)
FantasiNão é fanfic (Concluído, ainda passará por revisão) #09 em FANTASIA (03/10/2017) #06 em FANTASIA (01/06/2017) #07 em FANTASIA (02/05/2017) Adaptação de Morfeu. (Imagens meramente ilustrativas) Ada perdeu a mãe em um suposto suicídio, mas descobre um...