Capítulo 15

3.6K 456 43
                                    

Estou caminhando em direção a loja de medicamentos, não é exatamente uma farmácia, pois os medicamentos são fabricados por curandeiras, wiccas e outros pai de santo ou sei lá o quê! Já fiz as compras e organizei tudo lá em casa.

Depois decidi vir aqui. Entro na loja e sinto um cheiro muito forte. Ignoro. Continuo caminhando.

- Em que posso ajudar? - uma moça me pergunta, ela está atrás de mim, me viro e sorrio.

- Gostaria de saber se você tem algum medicamento que mata temporariamente! - ela me olha confusa.

- Temos. - ela parece matutar algo. Será que ela acha que eu vou trapacear. - por acaso vai fugir de casa? - sua pergunta me deixa surpresa "sim! Vou! Pretendo matar um jovem de seiscentos anos que vive em um mundo completamente diferente desse!"

- Vou resolver uns problemas e preciso que todos achem que estou morta, mas não é nada ruim, é para o bem das pessoas que amo que vou fazer isso.

- Todos dizem isso... - ela segue em direção a uma prateleira e procura pela minha passagem temporária para a outra vida.

Ela pega um frasco minúsculo e me entrega.

- Tome todo o conteúdo do frasco! Ele te fará parecer morta durante 24 horas, você vai sentir seu corpo ficar dormente e irá perder a consciência. Depois de 24 horas vai acordar puxando o ar com todas as suas forças, é impossível não notar que acordou, então você terá que estar enterrada já! OK? - assinto e pago. Caminho com a sacolinha em minha mão. Meu coração está acelerado.

Estou sentindo a adrenalina percorrer meu corpo e estou com um sorriso no rosto! Ual! Sentir a proximidade com o perigo me deixa extasiada.

Hoje vou seguir Alicia, preciso descobrir a entrada para Pearl. Pretendo arrumar minhas coisas na mochila hoje e quando eu for seguir Alicia deixarei a mochila escondida na floresta.

Chego no mausoléu e subo correndo, guardo o frasco na mochila e pego a lanterna que deixei na escrivaninha, guardo ela dentro da mochila. Procuro em minha última gaveta a sacola com a capa. Coloco ela dentro da mochila. Pronto! Completa! Só faltam os vestidos que deixei em meu armário no colégio.

Respiro fundo! É amanhã! Hoje assim que me deitar vou tomar o veneno, vou levar um prato para meu quarto com um sanduíche, darei uma mordida e deixarei no chão, vou tomar o veneno e atirar o prato no chão, assim papai vai escutar o barulho e correrá para ver o que é, quando ele chegar vai me encontrar morta e com o frasco de veneno vazio, chegando a conclusão de que me suicidei. Vou deixar a carta no bolso da minha calça de pijama. Uma hora ele ou os enfermeiros vão encontrar e entregar a ele.

Vão fazer o meu velório e eu serei enterrada antes de acordar. É perfeito! Mas estou triste. Muito triste. Porque papai vai achar que estou mesmo morta e sofrerá!

Afasto os pensamentos ruins "É para o bem de todos!", Já fazem duas semanas que não vejo dona coruja e Rocca desapareceu a alguns dias. Tenho que encontrá-los. Eles tem que estar vivos e bem! Faruk não pode mata-los antes que eu os encontre.

Desço e sigo para a cozinha, preparo o almoço e arrumo a mesa, deixo tudo lindo, quero me despedir de papai... Vou ficar muito tempo sem ver ele. Pelo menos as férias chegaram. Essas últimas três semanas foram horríveis e fascinantes ao mesmo tempo. Preciso ser forte e não posso deixar a angústia me tomar.

Papai chega e fica surpreso ao ver o almoço na mesa. Sorrio.

- Olá papai! - ele olha a mesa repleta de coisas e sorri.

- Alguma data especial que eu tenha esquecido? - "Sim! O futuro aniversário de minha quase morte!"

- Não papai, resolvi que merecemos os dias que conseguimos ficar sem mamãe! Não que isso seja bom, mas é positivo. - dou um sorriso fraco e sei que, na verdade, estou me despedindo por um tempo indeterminado.

- Realmente temos conseguido levar a vida de uma forma positiva. - papai se senta e nos servimos.

- Pelo menos até agora temos suportado a dor da perda. - "hora do teatro" - é difícil saber quando vamos falhar né?

- Sim querida... - papai sorri. Me sirvo e comemos em silêncio.

Quando termino arrumo toda a cozinha e me arrumo depressa. Minha cabeça está a mil por hora, estou pensando em todas as possibilidades de erro. E a única que encontro é a de Tessa me esquecendo dentro do caixão.

Tento não pensar em coisas ruins, coloco a mochila nas costas e vou para o colégio.
Papai se despede e segue para seu serviço. Hoje terei meu último jantar com papai, depois serei dada como morta e vou para Pearl, se algo der errado e eu acabar morrendo de verdade no processo, essa será minha última noite com ele.

Sinto lágrimas rolarem pelo meu rosto e sei que essa é uma decisão muito forte, mas preciso me vingar de Faruk pelos meus amigos e por mamãe.

Vou conseguir. Vejo ao longe Alícia caminhar pelos corredores. Não vou falar com ela e nem quero ver Faruk hoje aqui. Sigo para meu armário e recolho discretamente os vestidos que guardei ali. Sinto meu rosto ficar roxo de vergonha quando uma roupa íntima minha cai no chão. Recolho ela imediatamente e guardo. Fecho o armário e sigo para minha sala.

Aparentemente Faruk não veio hoje no colégio. Certamente virá amanhã para meu enterro. Sinto uma vontade enorme de rir, queria ver o ódio em seus olhos quando ele me visse estirada no caixão.

Uma onde de prazer invade meu corpo, o fato de poder acabar com todos os planos e expectativas de Faruk me reconforta. Quero poder rir de sua cara quando eu ver ele novamente cara a cara, quero rir dele e logo em seguida vou mata-lo.



( Galera estou ansiosa para ver Ada fugindo! Sério estou tão preocupada quanto vcs, sabe...
Será que Faruk vai descobrir?
Será que Tessa vai tirar ela de baixo da terra?
Será que vai dar tempo dela ser enterrada antes de acordar?

São tantas perguntas! E estou preocupada com Ada!

Me digam!

Vcs amam ou odeiam Faruk?

Amo vcs, espero que continuem acompanhando comigo essa história emocionante.)

Faruk - Amando o Inimigo (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora