Faruk - Amando o Inimigo (Concluído)

Capítulo 53

Já é quase noite e eu ainda não escolhi o vestido, sinto que a qualquer momento Louise vai abrir a porta e perguntar o que escolhi para vestir. Devido a ansiedade, vou deixar que ela escolha.

Caminho até a porta e vejo o corredor lotado de pessoas e criaturas "Faruk nem irá notar minha presença hoje" penso. Saio do quarto e procuro alguém que possa me ajudar. Logo encontro um ser alado vestido como guarda.

- Com licença - ele olha para mim - gostaria de pedir para que mandasse alguém para trocar a água da minha banheira, quero tomar um banho - sorrio, ele assente e se afasta. Caminho de volta para meu quarto "definitivamente esse lugar está lotado!"

Entro para o quarto e fecho a porta rapidamente e quando levanto a cabeça encontro uma pessoa horrorosa, daria tudo para essa bruxa estar fora do meu quarto agora.

- Oi Alicia! O que faz aqui? - minha voz sai extremamente rude.

- Vim só me certificar de que você não fará nenhuma tolice... Como...- ela leva a mão ao queixo como se estivesse pensando - Como tentar me matar - seu tom é irônico.

- Saia daqui agora e talvez eu pense no seu caso... - ela caminha até mim e para a centímetros do meu rosto.

- Se você estragar essa noite Ada, eu jamais te perdoarei. - começo a rir.

- Data especial? Seu aniversário talvez? - digo rindo.

- Você não sabe com quem está se metendo! - ela aponta o dedo na minha cara e sai do quarto.

- Isso! Vai para bem longe atirar seu veneno! Sua cobra! - "Bruxa! Bruxa! Bruxa!"

Logo o ogro adentra meu quarto e retira a banheira, antes que ele estivesse fora, Louise entra.

- Oi Ada! - ela diz cantarolando, sorrio - já escolheu? - reviro os olhos.

- Na verdade não... - ela apóia as mãos na cintura e me olha indignada.

- Como assim senhorita? - ela lança.

- Quero que você escolha - ela sorri e parece surpresa.

- Eu? Bem... Será uma honra! - ela sai do quarto correndo e deixa a porta aberta. Caminho em direção a porta e fecho, passam alguns minutos e logo o ogro trás a banheira e seres alados baldes de água.

Observo eles encherem a banheira e quando se retiram, fecho a porta novamente. "Hora de se purificar!"

Dispo-me e entro na água quentinha, encosto minha cabeça na beirada da banheira e fecho os olhos.

Fico alguns minutos sem abrir os olhos e sem me movimentar, então ouço a porta se abrir, abro os olhos e viro a cabeça em direção a porta. Louise está sorrindo. Ela fecha a porta e joga o vestido aberto em cima da cama.

- Este é lindo! - o vestido é branco e todo rendado, é lindo.

- É muito bonito Louise... - digo admirada.

- Eu sei! - ela diz entusiasmada - agora eu irei para casa, tenho que me arrumar e retornar para o baile - ela dá pulinhos de alegria e caminha em direção a porta.

- Até mais - digo. Ela acena e sai fechando a porta atrás de si.

Fico mais alguns minutos dentro da banheira e lavo meus cabelos, eles estão radiantes, pego a toalha esquisita que eles usam aqui, e me seco. Visto o vestido e ele é exatamente do tamanho exato do meu corpo. Perfeito. Sinto-me uma princesa dentro dele.

Caminho em direção a janela e abro ela, vejo várias pessoas e criaturas na parte de baixo e quero me juntar a eles imediatamente, sorrio.

Fecho as janelas e arrumo meus cabelos, pego a tiara que estava junto com o vestido e posiciono na minha cabeça. Respiro fundo. "Vamos lá Ada?!"

Caminho em direção a porta e abro, me enfio no meio das pessoas e fecho a porta com dificuldade, volto a caminhar e saio pela porta negra.

Vejo lindas criaturas, suas roupas estão perfeitas e sinto que estou em um sonho, onde existem príncipes e princesas.

Caminho confiante e noto que as pessoas estão usando máscaras, e eu não estou com nenhuma, me sinto envergonhada. "Ninguém me avisou que era um baile de máscaras!"

Olho em direção ao salão principal e sinto meu estômago queimar, "não posso entrar ali sem uma máscara!" Suspiro. Resolvo retornar para o quarto de onde não deveria ter saído. Caminho de volta para o quarto e sinto uma mão tocar uma de minhas asas de leve, olho para trás e dou de cara com Faruk, ele está explendido e sua máscara é preta.

- Está maravilhosa - ele me reverência.

- Obrigada - dou um sorriso tímido - não sabia que era um baile de máscaras!

- Qual seria a graça se todos pudessem admirar seu rosto com facilidade - as palavras saem com elegância.

- Eu não tenho uma máscara... - ele ergue a mão, como se chamasse alguém e me encara sob a máscara.

- Não sei se quero que todos saibam dá sua existência... - a voz dele é firme e ele me lança um sorriso travesso. Desvio o olhar e fito o chão. Ele segura uma de minhas mãos e me entrega a máscara, ela é branca assim como o vestido.

- Obrigada - digo em voz baixa, quando olho para cima Faruk já se foi. Suspiro.

Caminho em direção ao salão e coloco a máscara, meus cabelos estão extremamente brilhantes e creio que seja pela espectativa.

Adentro o salão e vejo Alicia sentada na poltrona vermelha olhando com superioridade para os outros convidados, "esnobe!"

Caminho entre as pessoas e criaturas, decido fazer uma coisa que me agrada e que sinto vontade fazer a algum tempo.

Caminho para fora do castelo e sigo em direção ao lago de almas perturbadas. A noite está linda, nenhuma nuvem no céu e a lua parece maior, tem uma fila de carruagens na frente da porta.

Caminho para o portão de ouro e cruzo ele, nenhuma fada me questiona, creio que não me reconheçam, apesar do meu cabelo me dedurar.

Ando pela pequena trilha de pedras preciosas e logo estou perto do lago. Paro bem próximo e ouço os murmúrios, sinto uma paz dentro do meu coração.

Me curvo e passo a ponta dos dedos sobre a água. É incrível! O toque faz surgir uma luz na água, é como se fosse mágica. Decido tocar novamente, mas sinto algo agarrar minha mão e me puxar, instintivamente puxo minha mão com força e dou passos para trás.

O silêncio é gritante e o único som é das almas perturbadas murmurando. Resisto ao ímpeto de tomar novamente a água e resolvo me sentar na beirada da ponte de ossos.

Caminho sobre a ponte e vez ou outra uma carruagem passa por mim, chego ao meio da ponte e me sento, consigo enxergar as pequenas fumaças de luz subir e desaparecer como mágica, é lindo, fascinante e reconfortante.