5 meses - A coragem e o Pedestal

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Tive que sair mais cedo do trabalho para atender um chamado do poderosíssimo senhor meu sogro. Depois de uma ligação nada amigável e meia dúzia de palavras, ele pediu que eu seguisse imediatamente para sua casa, pois tinha assuntos a tratar sobre o acordo. Seu pedido era uma ordem pra todo mundo e pra mim tinha que ser em dobro, então deixei tudo na ONG e sai apressado para a casa de Lee Byung-hun.

Me permiti ter uma esperança remota, coisa que eu sempre refreava dentro de mim por achar algo muito perigoso, mas era provável que ele quisesse revogar o casamento. Já que as coisas com a Julia andavam as mesmas a quase dois meses. Ela e seus mistérios. Eu e minhas preocupações. Talvez ela finalmente tivesse dito a Lee Byung que não queria mais continuar com aquele acordo. Aquilo seria o melhor pra todo mundo, acredite.

Bato os dedos rapidamente no volante enquanto espero que abram os portões da mansão Lee. Como conheciam meu carro e suas câmeras funcionavam com um zoom a quilômetros de distância, mal precisei ser anunciado. Sério, se bobiar aquela casa era mais vigiada que a casa branca. Dirijo com toda a calma até a entrada e estaciono o carro na garagem externa. Era um tipo de garagem pra convidados, sei lá que merda era aquela, eu na verdade sempre achei esse bando de luxo uma puta hipocrisia e desperdício. Até mesmo na casa dos meus pais aquilo não fazia o menor sentido pra mim. De qualquer maneira aquilo não era hora de me rebelar contra meu sogro, era hora de me comportar como o bom rapaz de família que me ensinaram a ser. Subo as escadas até a grande entrada e toco a campainha. Imediatamente Maudie abre a porta.

- Senhor Min – me faz uma reverencia – o Senhor Lee vai atendê-lo no escritório do térreo.

Térreo. Aquela casa tinha três fucking andares. Pra que? O cara morava sozinho com a mãe desde que a Julia e eu nos casamos. Era uma senhora de 80 e tantos anos e um empresário que mal parava em casa. Sério, sociedade de merda... vai entender.

- Ele já está lá? – retribuo a reverencia.

- Está sim, o aguardando – faz um sinal pra que eu a acompanhe.

Saindo do hall de entrada caminhamos por um longooooo corredor a esquerda. Tudo bem decorado com quadros e pinturas caras, tons de marrom e mais marrom e madeira por todos os lados. Tudo bem frio e nada acolhedor, parecia mais um museu do que uma casa desse século. Paramos em frente a uma das portas da direita e Maudie bate duas vezes.

- Pode entrar – ouço a voz grave do meu sogro.

A empregada faz um sinal com a cabeça, me incentivando e logo em seguida se retira. Ao que parece eu tinha mesmo é que ter medo do chefão. Dou de ombros e entro no escritório, fechando a porta atrás de mim.

-Sente-se – aponta pra cadeira em frente a grande mesa de madeira cor de vinho.

Enquanto me sento sem falar nada ele se levanta contornando a mesa. Vestia um terno de linho azul marinho. Acho que nunca o vi vestido de outra maneira, nem nas reuniões informais de família e amigos. Lee Byung-hun desliza sobre o tampo dois envelopes em minha direção.

- Estamos no meio do dia e eu tenho mais o que fazer, então serei breve – abotoa o último botão do paletó – Eu disse que você teria que aprender a dançar logo, e vai ser de acordo com a minha música.

Pego os envelopes e os abro rapidamente, curioso em saber o conteúdo. Franzo o cenho assim que leio as breves informações.

- Duas passagens para Nova York – encaro meu sogro – Não entendi.

- Por que vocês não foram pra lua de mel? – espalma as duas mãos sobre a mesa. De volta a sua cadeira imponente.

- Eu não tenho dinheiro e não fazia parte do acordo.

UnKiss Me (BTS Suga)Onde histórias criam vida. Descubra agora