Capítulo 30.

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Renato.

Fiquei olhando Gabi entrar no edifício onde mora. Eu nunca fui um cara de se apaixonar. Poucas vezes isso aconteceu. Mas pela primeira vez esse sentimento pouco conhecido está mexendo comigo. Cheguei em casa e minha vontade era de voltar pra ficar com ela. Pela primeira, senti que alguma coisa faltava ao final do meu dia e me senti sozinho quando entrei em meu apartamento.

Organizei minha pequena mala para a viagem do dia seguinte e enquanto lia um e-mail e outro, recebi a ligação de um grande amigo meu:

- Fala, Carlão! - Carlos é um amigo desde os tempos de faculdade.

- E aí , Renato! Tô passando aqui perto da tua casa. Tem como bater um papo?

- Ôpa, rapaz! Venha sim. Também tô querendo conversar.

Cerca de dez minutos depois ele já estava lá em casa.

- Meu amigo... Estou numa enrolada grande. - contou meu amigo. - Lembra da Thaís? Da faculdade?

- Acho que sim... Uma gordinha, de óculos...

- Essa mesmo! - falou. - Só que ela mudou bastante. Tá uma gata!

-Não diga! E o que tem ela?

- uma única noite, meu amigo... Vou ser pai.

-Putz... Sei bem como é isso.

- Rapaz... Ela disse que é meu. Mas eu não posso acreditar.

-Não pode ou não quer acreditar?

- Não posso e nem quero! Como assim, meu amigo? Uma transa apenas e ... Pá! Engravida?

- Bem vindo ao mundo dos burros, que não usam camisinha... Como eu fiz com a Fernanda.

- Rapaz... Cabeça fervendo...

- Bem, a coisa ruim é que agora você terá uma grande responsabilidade pela frente. Não que seja ruim ter responsabilidade , não é isso... Mas um filho... Meu amigo! É compromisso pro resto da vida. Exige da gente força pra encarar os problemas, paciência pra engolir sapo... Mas, a melhor das notícias é que você vai saber de verdade o que é amor. Nada se compara.

- Estou meio perdido ainda. E se não for meu?

- Espera nascer. Se tiver dúvidas, faz DNA.

Conversamos sobre o assunto por um bom tempo. Relembramos tempos da faculdade, das noitadas depois das aulas de sexta, das viagens com colegas da faculdade. Depois de muitas doses de uísque e alguns conselhos, Carlão foi embora e eu fiquei pensando em todo o tempo de solteiro que venho levando. Apesar da paternidade exigir de mim tempo, responsabilidades e paciência, ela me dá conforto, segurança e muitas alegrias. Mas começo sentir falta de um lar.

Pensava em Gabi e no quanto o jeito doce e delicado dela me fazia bem. Foi essa meiguice que chamou minha atenção quando a vi pela primeira vez. Claro que o corpo marcado por uma saia justa aguçou minha curiosidade masculina, mas eu queria bem mais que isso dessa mulher tão sensível e forte. Eu quero a companhia pra uma noite como essa, chuvosa. Eu quero o abraço quentinho quando voltar de uma viagem, eu quero compartilhar minhas preocupações, ouvir os conselhos. Quero ser auxílio pra alguém além do meu filho e dos meus avós.

Gabriela ronda meus pensamentos durante o banho. "Como queria aquela gostosa aqui!". Pensar na boca quente dela e em como deve ser mais quente dentro dela faz meu pau ficar duro. Sacio sozinho minha vontade de provar cada centímetro do seu corpo.

Após o banho, dou uma olhada no e-mail com horário do voo e vejo o quanto já é tarde. Pela primeira vez em anos, dormir sozinho vai ser ruim. Vejo que meu desejo por ela vai além do tesão, da vontade e do gozo. Meu desejo é tê-la juntinho, de ir dormir abraçado depois de longas conversas, de ter uma amiga e companheira.

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