Re-Encontrando o Amor.

Capítulo 31.

O dia amanheceu chuvoso e eu adorava isso. Levantei cedo e fui correr no parque. Não conseguia parar de pensar em tudo o que estava sentindo. É tão bom quando o coração bate de paixão! O corpo sente arrepios e aquela sensação de um friozinho bom subindo toda vez que se pensa no beijo ou no toque daquele por quem o coração bate é uma das melhores coisas da vida. Por isso que dizem que o que move o mundo mesmo é a paixão. "Estou apaixonada! Isso é fato. Mas e agora? O que ele quer? Qual a sua intenção? Uma conquista e algumas noites sexo? E se for somente isso? " Essas perguntas martelavam minha cabeça enquanto eu corria.

Fui pra loja e trabalhei o dia inteiro e nenhuma mensagem de Renato. Também não enviei nenhuma. Mamãe seguia ocupada com os negócios mas vez outra sentava comigo pra conversar, saber de mim.

- E o mestrado, Gabi?

- Daqui 3 meses apresento e defendo a tese. Um corre corre dos grandes...

- Entendo. E as meninas? Vocês têm saído juntas?

- Vez outra...

- Sabe... Tenho visto você diferente...

Engoli seco e deixei transparecer um excessivo brilho nos olhos além de ficar ruborizada.

- Diferente, de quê jeito?

- Olhos no celular... Qualquer mensagem recebida, corre pra ver o que ou quem enviou... Cantarolando ao computador.

- Cantarolando ao computador? - não contive o riso. - Tá me espionando, mãe?

- Eu? Nunquinha... Só quero que seja feliz! - e pegou em minhas mãos, olhando bem dentro dos meus olhos. - Feliz! Entende? Sem medos, sem traumas... Mas com muito pé no chão, mesmo que a cabecinha esteja nas nuvens. Aliás, filhota... Eu sempre fui a favor da gente ter a cabeça e o coração nas nuvens... Mas os pés... Estes têm de estar no chão. Entende?

- Entendi, mamãe. - e dei-lhe um abraço apertado e longo.- Pode deixar.

No fim da tarde, segui pra faculdade pois tinha umas coisas pra acertar com meu orientador. Depois de nossa reunião, fui pra lanchonete e encontrei algumas meninas do curso e quem estava por lá era o lindão do Rodrigo, sempre rodeado de mulheres.
Conversamos sobre trabalho e sobre como corrido e cansativo estava conciliar tudo com o trabalho de mestrado. Já passava das 21 horas quando meu telefone recebe uma mensagem.

"Boa noite, Gabi. Posso te ligar?
Renato."

Meu coração vibrou junto com o celular e o riso se estendeu de canto a canto do rosto. Mas imediatamente lembrei de mamãe e da nossa conversa, lembrei que ele não ligou ou mandou mensagem nenhuma durante o dia e lembrei que eu não posso e nem quero estar sempre disponível nos horários que ele queira. Isso acontecia sempre com André, mas agora tudo seria diferente. Respirei fundo, contrariei meu desejo em ouvir aquela voz rouca e macia e enviei uma mensagem.

"Boa noite, Renato! Estou na faculdade. Quando chegar em casa te ligo.
Gabriela."

O celular vibrou novamente mas me segurei pra não olhar a mensagem recebida. Meia hora depois me despedi do pessoal e fui pra casa. Quando saía do banho, ouvi meu celular tocando e fui atender. Era ele.

- Oi, Renato!

- Te liguei umas 4 vezes já e você não atendeu, Gabriela. Estava preocupado.

-Preocupado? - "ué... Preocupado com o quê? Ou querendo me controlar?"

- Sim, moça linda! Preocupado pelo adiantar da hora. Você disse que estava na faculdade, já passa das 22 horas e você não atendeu o telefone... A cidade está muito violenta.