Re-Encontrando o Amor.

Capítulo 25.

O almoço durou uma eternidade e de tão envolvida com a nova parceria e a empolgação da minha mãe, esqueci por um momento o celular e só lembrei da mensagem que havia recebido e ainda não tinha visualizado, no final do dia.

"Hum. Que horas termina na faculdade?"
Renato.

"Oi, Renato! Desculpa só te responder agora... Dia corrido, dias intensos. :-)
Acredito que no máximo fico com orientador até as 20:30h. Como foi seu dia? Beijos."
Gabriela.

Não demora muito, recebo uma nova mensagem.

"Oi Gabriela! Dia corrido mesmo, hein! Tá fugindo de mim, moça? Esse horário está complicado pra mim. Meu filho está comigo esses dias. Meu dia foi proveitoso mas sinto que está incompleto... Algo falta, sabe? Posso te ligar mais tarde?"
Renato.

"Sim."
Gabriela.

Passava das 21 horas quando entrei em casa. Uma calmaria preenchia o ambiente e eu gostava dessa calmaria, sabe? "Gostava..." Mas de uns tempos pra cá... De uns tempos pra cá sinto falta de alguém pra conversar comigo no jantar, de dar e receber um "boa noite" antes de dormir. Essa sensação de vazio aconteceu antes de Renato reaparecer na minha doce vidinha, mas aumentou principalmente depois que ele reapareceu. Depois do banho e de comer um resto de macarrão frio que sobrou do jantar da noite passada, vou pra meu quarto silencioso aguardar a ligação do moço que perturbava meus pensamentos.

Já estava em minha cama, lendo um livro de Gestão Empresarial, quando meu celular tocou. Pulei da cama de alegria e ao olhar a tela vejo que era Betina.

- Amada! Saudades!!! E a viagem? E o moço do aeroporto?

- Oi flor! O moço do aeroporto? Pensei que era ele... Hahaha... Curiosa!

-Vocês estão saindo?

-Naaada... A rotina não está deixando.

- Gabi... Faz isso não. Dê uma chance pro seu coração e aproveita que o lindão tá interessado. Vai marcar bobeira? Bancar difícil? Liga você pro homem! Surpreenda-o! Beijos e me liga amanhã! Fui!

E desligou sem nem ouvir meu "tchau". Aí fiquei pensando se seria realmente uma boa eu ligar pra ele. "Sou adulta, independente... Livre ... Por que não, né? "

Mas eu sabia o motivo. Eu não estava me fazendo de difícil... Eu estava me defendendo de uma paixão que pudesse me machucar. Não sei se seria o momento certo. E entre pensamentos e reflexões, recebo uma mensagem.

"Boa noite, Gabriela. Como foi na faculdade? Meu filho resolveu perder o sono e pediu pra brincar comigo agora, é mole? Posso te ligar mais tarde?"
Renato.

Respondi:

"Aproveita ele e a fase dele querer brincar. Depois você sentirá falta. Estou lendo. Quando ele dormir, você liga. Beijos"
Gabriela.

É claro que eu adoraria conversar com Renato e ouvir a sua voz e as suas histórias. Além de lindo, é um homem inteligente e tem assuntos interessantes pra contar. Mas não vou negar que o fato dele ter um filho tão pequeno e dependente esfria um pouco a minha vontade de seguir nessa paquera. Eu não sei se estou preparada para lidar com situações onde as necessidades de uma criança sempre estarão em primeiro  lugar na vida dele e eu tenho plena consciência das consequências de um namoro com alguém que já tem um filho, uma prioridade com a qual eu não tenho nenhuma ligação, traria.