Renato.
Encontrá-la por acaso e pela segunda vez foi um tanto espantoso. Não sou ligado em destino, nem nada do tipo, mas que foi interessante a coincidência, foi. É claro que não acredito em amor à primeira vista ou algo parecido, mas de alguma maneira, a primeira vez que a vi, desejei tê-la: em meus os braços, na cama, em um beijo. Linda e atenciosa. A própria paciência em pessoa! - foi o que pensei. E se tem uma coisa que me deixa atraído por uma mulher é o jeito meigo, paciente e delicado. Quando vi aquela bela morena de seios médios, marcados pela blusa branca e justa, mostrando as curvas da cintura e do quadril, todo um corpão escondido por uma saia longa que deixa qualquer homem curioso, foi impossível não desconcentrar de um maldito relatório do trabalho, que teria que enviar com urgência assim que desembarcasse no Rio de Janeiro. Passei quase três horas dividindo meu olhar entre o computador e os contornos da bunda da apetitosa desconhecida que estava sentada ao lado da minha avó, uma cadeira à frente do lado oposto ao que eu estava sentado, totalmente alheia aos meus olhares e pensamentos. De onde eu estava, pude acompanhar cada levantada que dava para dar passagem aos meus avós, sempre com sorriso gentil no rosto.
Mas encontrá-la em Curitiba, hoje, foi uma grata surpresa do tal destino que tantos usam para explicar as coisas sem sentido na vida.Eu estava realmente muito cansado depois de uma semana de viagens intensas pelo interior de São Paulo e do Paraná, onde visitei juntamente com meu colega de trabalho, Henrique, nossos principais clientes, donos de atacados e supermercados. Já não aguentava mais reuniões sem fim com representantes e gerentes de setor, para saber como estavam as nossas vendas e da concorrência. A última reunião em Curitiba terminou mais tarde que eu previa e além de sono, estava morrendo de fome, querendo chegar no hotel, tomar um banho, comer qualquer porcaria que fosse e dormir, entretanto, Henrique me infernizou para sair e curtir a noite curitibana. O filho da puta do cliente também fez questão de ir junto e indicou um restaurante com comida boa e bons vinhos. Mesmo contrariado, encarei a intimação do cliente e engoli a argumentação do Henrique , falando que era mais uma boa oportunidade para fechar uma promissora parceria com o dono da rede de supermercados de Curitiba, além de aliviar todo o estresse da semana cansativa que tivemos.
O restaurante estava lotado, mas o ambiente parecia muito agradável e apesar de cheio, não estava barulhento. Enquanto aguardava a chegada do meu risoto, recomendação do chef e degustava o vinho escolhido por Henrique, observei um pessoal que estava reunido na mesa ao lado da nossa. Conversavam animadamente sobre vinhos, viagens, economia e também trocavam telefones uns com os outros até que uma mulher de sotaque familiar, linda, que prestava atenção em tudo o que os amigos contavam e parecia apreciar todo o momento com uma intensidade invejável chamou minha atenção.
- Já vi essa mulher em algum lugar... - falei em voz baixa.
- Qual? - Perguntou Henrique.
- A de vestido azul, aqui do meu lado. - Apontei discretamente.
É ela! A gostosa do avião... Como é que é mesmo o nome dela? - pensava, vasculhando minha memória rapidamente e antes mesmo do meu sócio falar o quanto ela era bonita, eu lembrei o nome dela.
- Gabriela... - quase sussurrei.
- Bonitona... Conhece da onde? - Perguntou.
- Cara, vi essa mulher apenas uma vez, no aeroporto do Rio, quando levava meus avós pro casamento da minha prima. A mulher é a paciência em pessoa, sentou ao lado da vovó e a tratou super bem durante o voo... Acho que nesse dia meus avós estavam apostando quem levantava mais pra ir ao banheiro e ela, coitada, estava no corredor!
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Re-Encontrando o Amor.
Chick-LitA última coisa que Gabi queria na vida era se apaixonar novamente. Havia sofrido demais com o término do casamento e prometeu nunca mais se envolver com um outro homem. Mas a vida lhe reservou doces surpresas.