Alguém esmurrava minha porta sem a mínima pena de meus ouvidos e zelo pelo meu sono, ao abrir os olhos encontrei Camila ainda dormindo como se nada tivesse acontecendo ao nosso redor. Me levantei e andei rapidamente até a porta para a mais nova não acordar, abri a porta com certa força acompanhada de meu conhecido mau humor matinal.
— Cadê a Camila? – Dinah me perguntou assim que eu abri a porta.
— Mas que porra Dinah, não consegue bater uma só vez nesse caralho e esperar não? – cruzei os braços olhando pra ela.
— Bom dia Jauregui! – ela sorriu — Agora, cadê a Camila? – se esticou para olhar para dentro do meu quarto.
— O que faz você pensar que ela está aqui no meu quarto? Já tentou talvez, sei lá, BATER NA PORTA DELA? – arqueei uma sobrancelha.
— Bem, confesso que esse... – ela apontou para minha porta — Seria o último lugar que eu viria pra procurar a Camila até ontem, mas, o bate portas de ontem é um dos fatores que me fazem vir até aqui ver minha bichinha, e o segundo é eu ter visto você carregando as malas dela pra cá. Cansou de tomar gelo e sequestrou ela para que voltasse a falar contigo? – Dinah estava bem humorada e devia ser umas 7 horas da manhã, como ela conseguia?
— Se fosse pra sequestrar alguém desse grupo, todas nós sabemos que eu sequestraria você e te deixaria amarrada no banheiro de algum lugar. Mas, entre... – eu não estava afim de explicar tudo que tinha acontecido na noite anterior.
Tenho certeza que se tentasse explicar para Dinah que nós havíamos conversado porque eu havia invadido o celular de Camila, eu pareceria um tanto quanto psicopata. Deixei a porta aberta e segui até a cama onde Camila permanecia dormindo.
— Cê tá uma delicinha em Jauregui. – Dinah passou por mim batendo na minha bunda, onde logo senti ardendo. Respirei fundo pra não gritar com ela. — Só vim me despedir de vocês e já tenho que ir embora, já estou quase atrasada. – ela disse enquanto se sentava na cama ao lado de Camila para acordá-la.
— Tudo bem, é bom que Camila já levanta para irmos para o aeroporto também. – dei de ombros e fui até Dinah dando um beijo em sua testa.
Saí do meu quarto e bati na porta das outras meninas para me despedir delas, e percebi que já estavam arrumadas para ir pra casa, e só então me dei conta que já passava das 10 da manhã e mais um pouco eu também estaria atrasada. Agradeci Dinah mentalmente por ter nos acordado e voltei pro meu quarto onde ela ainda conversava alguma coisa com Camila que simplesmente ignorei e fui para o banheiro fazer minha higiene matinal. Estava lavando meu cabelo quando ouvi Dinah gritar alguma coisa e logo depois a porta do banheiro se abrir.
— Lauren. – era a voz de Camila.
— Sim?! – disse entrando debaixo do chuveiro pra tirar o shampoo.
— Vai demorar muito aí? Se for, eu posso ir me arrumar no meu quarto... Eu só não sei onde estão as chaves, onde estão? – me perguntou e então fechei os registros do chuveiro para poder responder sem a necessidade de gritar.
— Não Camz, já estou terminando aqui. – abri os registros novamente assim que escutei um "okay" rápido.
Ela saiu do banheiro fechando a porta novamente, não demorei para finalizar o banho e sai me enrolando no roupão oferecido pelo hotel que ficava próximo da saída do box, voltei para o meu quarto encontrando Camila sentada na cama lendo meu livro.
— Vai lá, mas seja rápida porque temos que sair em menos de uma hora ok? – ela assentiu deixando o livro de lado e seguiu para o banheiro com sua roupa na mão.
Eu sabia que ela não era das mais rápidas para se arrumar e provavelmente iria demorar mesmo depois de eu ter dado o aviso. Eu me vesti sem pressa alguma e comecei a me preparar psicologicamente para a longa viagem que teríamos até nossas casas e tudo que eu conseguia pensar era em como as coisas haviam mudado completamente, literalmente de um dia pro outro, eu estava totalmente "nostálgica" e queria saber até quando aquilo tudo iria durar. O medo de Camila perceber que estarmos próximas novamente era um erro, tomava conta de mim e eu chegava a sentir isso fisicamente bem na minha barriga onde tudo revirava só pelo simples fato de eu pensar nisso.
