Lauren
Assim que acabou nossa apresentação, fomos para o nosso camarim e eu fiz questão de me trocar o mais rápido possível e então fui para a van que me levaria de volta para o hotel pois não queria perder tempo para arrumar minhas coisas e finalmente voltar para minha casa.
Por mais que fosse estranho estar na presença de minha mãe, era melhor do que ter obrigações em todos os segundos da minha vida.
— Eu vou ficar! – Dinah avisou dando um abraço em todas nós.
Ninguém questionou, segui então meu caminho para a van e logo Normani sentou do meu lado. Ela parecia estar triste, mas eu não queria perturbar ela, se ela quisesse falaria comigo o que estava a incomodando.
— Podemos ir. – Ally anunciou para o motorista.
— E Dinah e Camila? – perguntei quando senti o veículo acelerando.
— Dinah vai direto para casa. – Normani respondeu.
— E Camila? – as duas ficaram caladas me olhando como se eu fosse um cachorro abandonado.
— Porra, pelo amor de Deus. Alguém diz o que está acontecendo? – bufei.
— Lauren... você ainda não sabe? – arqueei as sobrancelhas.
— O que? Vocês estão me assustando. – neguei com a cabeça.
— Ela... – Ally começou mas foi interrompida.
— Ela está fora, ela se foi, não faz mais parte do grupo. – a lágrima escorreu em seu rosto.
Comecei a rir e não conseguia parar, os olhos confusos delas caíram sobre mim.
— Ótima piada, próxima. – revirei os olhos. — Vocês são ridículas.
— Não é piada, infelizmente. – Ally disse colocando a mão na minha perna e fazendo carinho.
Ally não era o tipo de pessoa que entrava em brincadeiras desta forma, e a seriedade dela me fez então acreditar. Meu sorriso se desfez e eu não conseguia raciocinar, meu corpo assumiu o automático e minha mente me levou para um local de caos e destruição dentro dela.
Seguimos caladas até o hotel, eu estava completamente desnorteada, eu não queria acreditar que Camila realmente havia feito aquilo, mas ao chegar no quarto suas malas já não estavam mais lá.
Todos os 4 anos que passamos juntas me vieram a memória em questão de segundos e quando eu percebi eu estava jogada no chão, encostada na porta do quarto do hotel e eu não conseguia mais conter as minhas lágrimas.
Eu peguei o telefone e pensei em ligar para ela, eu queria gritar, eu queria fazer alguma coisa, eu queria ouvir ela dizendo que era tudo uma grande brincadeira de mal gosto, ela não podia ter feito isso com o grupo, ela não podia ter feito isso comigo. Liguei para ela, mas tudo que eu ouvi foi sua voz para que eu enviasse uma mensagem para sua caixa postal, talvez aquela fosse a única forma que eu escutaria a voz dela diretamente para mim a partir de agora, nunca fiz isso, mas resolvi deixar o recado então.
— Camila, volta para o hotel. Eu sei que isso tudo é uma grande brincadeira idiota, volta logo. – suspirei. — Eu amo você, você não pode ir embora, Camila. Eu sei que eu sou uma grande idiota, mas eu te amo, eu te amo tanto, por favor volte pra onde você pertence. – eu não conseguia controlar minhas lágrimas.
Eu gravei mais algumas mensagens em completo desespero e acho que lotei sua caixa de mensagens, já que não estava mais conseguindo gravar nenhuma.
Minha cabeça insistia em me culpar por aquilo ter acontecido, queria uma resposta, queria uma razão para depois de tudo que passamos ela ter simplesmente ido embora. A verdade é que eu sabia que em algum momento uma de nós teria que ser a primeira a ir, mas eu jamais imaginava que seria ela e sem nem sequer nos avisar.
