going nowhere

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Eu desci as escadas com rapidez e segui em direção à grande porta principal, as meninas me seguiram com os olhares de pena mas não disseram nada e eu saí da casa fechando a porta com certa força.

Eu não queria acreditar no que estava acontecendo. Eles não podiam tirar a Camila da nossa casa, ali era o nosso único refúgio, o único lugar onde nós podíamos ser nós mesmas e agora até isso eles queriam tirar isso da gente? Não era justo, nada disso era justo.

Comecei a me questionar até que ponto valia a pena estar passando por tudo aquilo. Minha cabeça começou a processar muita coisa ao mesmo tempo e a forma como estavam roubando nossa vida da gente era inadmissível. Minha respiração começou ficar completamente desgovernada, meu coração batia rápido como se eu tivesse acabado de correr uma maratona e meu corpo todo parecia estar se tensionando. Que sensação de merda era aquela? Fiquei por alguns minutos tentando não surtar, e quando consegui pelo menos voltar a respirar andei pela lateral da casa até alcançar a área da piscina, me sentei em uma das cadeiras que tinham no bar e afundei minha cabeça nas minhas mãos.

Meus olhos não conseguiam mais ficar secos, meu coração estava literalmente partido e toda vez que me vinha a imagem de Camila chorando no meu quarto e suas palavras se repetiam pela minha cabeça a vontade de chorar só aumentava cada vez mais.

— Lauren? – ouvi uma voz atrás de mim.

Eu levantei a cabeça mas não me virei para trás, permaneci olhando para frente e sequei minhas lágrimas com rapidez antes de que a pessoa se aproximasse mais.

— O que foi? – forcei minha voz.

— Sei que é idiota perguntar isso, mas está tudo bem? – senti a mão de Normani nas minhas costas.

— Você já sabe? – perguntei como se não fosse óbvio assim que a vi se sentando do meu lado.

— Sim, ela contou mais cedo quando chegou em casa. – eu assenti lentamente.

Nós ficamos em silêncio, não olhávamos mais uma para a outra. Parecíamos tentar digerir aquilo de alguma forma.

— Como nós deveríamos concordar com isso? Ela não tem que ir embora, isso é ridículo. – eu tentava controlar minhas lágrimas.

— O que nós podemos fazer? – ela perguntou acariciando minhas costas dando de ombros.

— Eu não sei, mas não devíamos aceitar isso. – soltei o ar que parecia queimar meus pulmões. — Eu estou com raiva porque não sei o que eu posso fazer para deixar ela aqui. – dei de ombros.

— Acho que todas nós estamos nos sentindo um pouco assim. – assumiu.

— Vai ficar tudo bem, a gente vai passar por isso. – eu neguei com a cabeça.

— Não vamos passar por nada se não ficarmos juntas, Camila é parte do grupo e não podemos ficar sem ela aqui, nós sempre passamos por tudo juntas. – ela assentiu. — Qual o sentido nisso tudo?

Eu estava mais questionando alguma força superior naquele momento do que quem estava do meu lado, eu precisava de respostas que ninguém poderia me dar.

— Nós precisamos ser fortes agora, Laur! Eu entendo que é triste ficar sem ela aqui, mas pelo menos continuamos todas no grupo e nós vamos dar um jeito ok? – suspirei e assenti.

Normani ficou do meu lado até eu conseguir parar de chorar e quando finalmente eu assumi o controle das minhas lágrimas, resolvi voltar para meu quarto e conversar com a Camila novamente para ver se conseguíamos pensar em alguma coisa juntas para que ela ficasse na casa.

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