02.

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Mais um dia no labirinto, do mesmo jeito de sempre, nunca achando a saida. Já estou cansado disso, pensa Thomas exausto. Não é como se ele não gostasse da Clareira e de todos os meninos lá, mas estava cansado de não receber respostas.

Mesmo com aquele sentimento o corroendo todos os dias, ele não desistia, e nunca iria. Com certeza havia algo fora daqueles muros, e ele descobriria.

-Que mértila está acontecendo ali? -Resmunga Minho desviando o olhar de seu caderno de bolso, após fazer suas anotações.

O moreno olha mais atentamente pela abertura das Portas, onde pode ver uma certa agitação na Clareira.

-Coisa boa não deve ser. -Thomas diz acelerando o passo, o asiático o acompanha.

Assim que passam pelas Portas, um grupo de clareanos se aproxima, todos agitados e falando ao mesmo tempo. Os Corredores não entendem uma só palavra.

-Um trolho de cada vez! -Minho diz alto, já um pouco irritado, fazendo todos se calarem.

-Chegou um novo fedelho. -Um deles se pronuncia, um pouco tímido.

-Qual é a novidade? Todo mês chega um! -Diz o asiático, levantando os braços de frustação e virando as costas ao grupo.

-Não, espera aí- Retomou outro menino.- Cara, o novo fedelho é uma garota.

▫▪▫

Enquanto se afastava, ouvia o murmurinho dos garotos. Apenas seguindo em frente, os ignorando.

Andava observando todo o lugar que Newt chamou de Clareira. Apesar de ser lar de tantos brutamontes como eles, até que é organizadinha, Anne pensa.

O lugar parece ser um campo bem grande...cercado por muros? Não muros normais, muros enormes! Ela vê uma espécie de abertura em cada um dos quatro lados, como se fossem portas. Portas tão grandes assim seriam capazes de fechar?

Existem várias áreas diferentes, que parecem ter funções diferentes. Enquanto a ruiva tenta descobrir a função de cada uma delas, um garoto esbarra nela, sem perceber a presença da garota.

Ele parece ser o mais novo do lugar, é gordinho, parece até uma bolinha, ela pensa rindo internamente. O menino carrega vários materiais de limpeza, com o rosto vermelho afetado pelo sol e os cachos castanhos grudados na testa.

-Olha por onde anda, seu monte de plong!- Ele diz com um ar meio grosseiro enquanto coletava os objetos. Até que olhou pra cima.- Me desculpe, eu não tinha visto...não tinha visto que...

-Que eu não tenho bolas?- Diz Anne divertida, completando seu raciocínio.

Ele fica vermelho, mas agora de vergonha, e então começa a gargalhar.

Isso parece atrair alguns olhares dos meninos a volta.

- É, que você não tem bolas- Ele diz no meio das rizadas -Meu nome é Chuck, o seu...? -Diz quando finalmente suas risadas acabam.

-Anne. -Ela responde tirando os cabelos do rosto. Ele parece dar um bom amigo para mim por aqui, ela pensa, mas sua cabeça estava a ponto de explodir. -Olha eu conversaria o dia inteiro, mas eu preciso de um tempo sozinha.

-Ah, tudo bem! Até mais.

Ela se distancia do garoto até que rápido demais, causando dores pelo corpo. Anne procura com atenção um lugar isolado e sem ninguém, mas há meninos por toda parte! A ruiva não passava despercebida, os garotos sempre que a avistavam ou avaliavam a garota de cima a baixo, ou procuravam o amiguinho mais próximo para cochichar. As duas coisas irritavam Anne com a mesma intensidade, fazendo o desespero de querer ficar sozinha aumentar ainda mais.

when the glade burns || tmr Onde histórias criam vida. Descubra agora