04.

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Lá estava Thomas, deitado em uma maca. Anne o observava, tentando desvendar todos os mistérios por trás de toda a confusão que ela causara, e o mais importante, que significado o garoto teria para ela.

A garota achava frustrante lembrar de seu nome e não lembrar todo o resto. Quer dizer, eu não me lembro o nome de meus pais, mas sim do nome desse garoto, ela pensou bufando. E o que mais a incomodava era o fato de ter que avisar o moreno sobre algo mas não se lembrar do tal aviso.

Aliás, ao chegar não se lembrava nem de seu próprio nome, quem dirá o aviso.

-Ei fedelha! -Uma voz a tira de seus devaneios.

-Oi Chuck. -A ruiva responde fitando o garotinho na entrada da tenda. Então faz uma careta. -Mas por que diabos todos estão me chamando de fedelha?

-Eu não sei o que isso quer dizer, só sei que falam muito essa palavra por aqui. -Ele diz dando de ombros e com um sorriso bobo no rosto.

A garota retribui o sorriso, e então o pergunta, tirando aquela mecha ruiva irritante de sua face:

-Bom, e por que me chamou?

- Ah sim, já ia me esquecendo. Newt me mandou vir buscar você, está na hora do jantar!

A palavra "jantar" foi o gatilho para a fome da garota aparecer, escondida no meio de toda aquela frustração. Até o momento, com tantas perguntas em sua cabeça, sua prioridade não era comer ou satisfazer qualquer fazer outra coisa sem ser tirar suas dúvidas.

-Claro, vamos. -Ela diz seguindo o garoto, dando uma última olhada em Thomas, esperando que ele acordasse e respondesse todas as suas perguntas. Nada aconteceu, ela segue o caminho.

O sol já não estava mais no céu, apenas tochas iluminavam a imensa clareira. Anne observa o lugar onde era cheio de garotos correndo de lá pra cá fazendo suas tarefas durante o dia, a noite ela percebera ser tranquilo e pouco movimentado. Seus olhos param nos imensos muros, onde agora não haviam aberturas, como se portas tivessem se fechado.

-Chuck, o que há além dos muros? Vocês são permitidos a ir lá?- Pergunta sem desviar o olhar das paredes de concreto.

- Lá fora tem um labirinto, ou coisa parecida. Ninguém pode passar dos muros além dos Corredores. É a regra número 1. -Responde o menino. -Amanhã no Passeio Newt te explicará tudo.

Newt, o mesmo garoto que havia o mandado ir buscar a garota para jantar, seria o mesmo que a explicaria tudo sobre o lugar onde ela fora mandada.

-Newt é como um líder, não é?

-Ele na verdade é o segundo no comando. -Diz Chuck. -O líder na verdade é Alby, mas ele não está muito bem.

- O que aconteceu com ele?

-Acho que não devia contar para você, mas mesmo assim... -Começa Chuck animado, como se estivesse em uma aventura ou fazendo algo errado. -Minho e Alby tinham ido ao labirinto um dia, não me disseram o motivo, mas Alby foi picado por um verdugo. Cara foi muito louco, eles não conseguiram voltar a tempo e as Portas se fecharam, com eles lá dentro e tudo! Mas Thomas tinha entrado antes e...

- Mas ele já era um Corredor? Você disse que não era permitido...

-Ele não era! Thomas não era um Corredor! -Diz Chuck, a interrompendo, entretido demais com sua narração. -Ele foi o primeiro fedelho a sobreviver uma noite no labirinto! Ninguém tem chance com os verdugos, mas com a ajuda do Minho, ele matou quatro deles!

Esse nome de novo. Verdugos.

-O que seria um verdugo? -Anne finalmente o pergunta.

-Acho que já falei de mais. -Diz ele, parecendo preocupado. -Newt te explica isso!

when the glade burns || tmr Onde histórias criam vida. Descubra agora