when the glade burns || tmr

11.

Thomas e Minho acordaram a garota antes do amanhecer, a guiando com uma lanterna até a despensa da Sede, que até então Anne nem sabia que existia.

Acordar cedo realmente não era o seu forte, mas ela sabia que teria de se acostumar com isso, afinal se tornaria uma Corredora. Foi depois de muita demora para trocar aquela camisa larga -que originalmente viera pela caixa para algum garoto - que a ruiva saiu do quarto, afastando toda aquela zonzeira matinal com sua ansiedade para começar o treinamento.

Agora os três se encontram na despensa da Sede, Anne podia ver que muitos dos equipamentos que os Clareanos usavam estavam ali, além de algumas bugigangas que ela não via utilidade alguma.

-Aqui se encontra o equipamento número um. -Minho diz, a luz de sua lanterna encontra uma caixa repleta de tênis de corrida. -Os tênis nos ajudam a não deformar os pés enquanto corremos, entende? -ele solta uma risadinha. -Que número você usa?

-E-Eu na verdade já tenho um desses. -a ruiva diz apontando para seus próprios pés, mostrando os tênis que calçara logo que saiu da cama.

-Ah é, eu me esqueci disso. -Thomas diz. -Vieram junto com ela. -completa se direcionando ao asiático.

-Então eles realmente querem que nossa princesa seja uma Corredora! -o mais velho parece se animar.

Thomas remexe em uma outra caixa, estendendo algo para Minho em seguida.

-Sua vida pode depender disso. -Minho diz olhando para o relógio em sua mão. - O sol e as sombras podem te dizer as horas, mas quando se é um Corredor você precisa de mais precisão. -ele completa enquanto afivela o simples relógio digital no pulso fino de Anne.

-Obrigada. -ela murmura.

-Aqui está sua mochila. -Thomas estende para ela. -Garrafa d'água, lancheira, caderno de anotações etc.

-Parece que pensam em tudo mesmo. -Anne diz olhando tudo em sua mochila.

-Depois de tanto tempo correndo, você acaba sabendo o que é melhor de se pedir. -Minho dá de ombros.

-Então podemos fazer pedidos? -Anne diz confusa.

-É, eu também achei estranho isso. -Thomas confessa. -Por que os Criadores fariam nossas vontades assim? Mas enfim, é só deixar um bilhete na caixa.

A garota achou aquilo algo irreal. Eles poderiam pedir qualquer coisa? Com certeza não era qualquer coisa.

Um mapa, por exemplo, eles nunca dariam.

-Uma vez pedimos uma tv, mas pelo que parece eles não são tem legais assim. -Minho completa. -Às vezes realizam, ás vezes não, mas eu sei que o meu realizaram. -ele pisca para Anne.

-Cala essa boca, trolho. -Thomas ri. -Sabemos que não pediria uma garota com todos esses garotos que você já tem aqui.

-Quem sabe? Tem Minho pra todo mundo. -diz com uma das sobrancelhas levantada. -Ok vamos parar de falar sobre o quão incrível eu sou e vamos continuar esse treinamento, já estamos atrasados e eu ainda tenho que te levar para a Casa dos Mapas.

Só de ouvir o nome do lugar Anne se lembrou da noite passada, um calafrio percorreu sua espinha. Logo percebeu que só ela estava na escura despensa, o que a tirou do transe e a fez seguir para junto dos garotos.

-Thomas?

-Por aqui! -a voz do moreno chega aos seus ouvidos, ela dá uma volta de 180 graus até ver a luz da lanterna.

A luz saía de uma especie de porão, a garota desce aquelas escadas que antes estavam sendo bloqueadas por um alçapão até encontrar os Corredores.