12.

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-O labirinto tem 8 setores. -Diz Minho, sua voz ecoando nos muros altos. -Toda noite o labirinto muda, abrindo um novo setor. Hoje o setor 4 está aberto. -Ele aponta para o muro, que Anne percebe exibir um imenso número 4. -Amanhã será 8, e depois 3... é sempre o mesmo padrão.

A ruiva se distrai com os pensamentos enquanto olhava para as eras que subiam os muros cinzas. Eles já sabem de tudo isso então por que ainda não sairam?

-A cada dia que corremos, anotamos todo o percurso que fizemos. Assim mapeando um pouco do labirinto a cada dia. -Ele retoma virando mais uma vez para a direita. -Todos os nossos registros estão na casa dos mapas. -Termina ele, ainda correndo devagar, quase andando.

-Mas então vocês não tem nenhuma pista? -Anne pergunta. -Não acham que há uma maneira de sair daqui? Quer dizer, vocês tem 3 anos de registros e nada ainda?

Minho e Thomas param de repente de correr.

-Vamos mostrar para ela! -Diz Thomas, sério, ao amigo.

Minho parece apreensivo, mas então assente com a cabeça.

-Alby não pode saber disso. -responde voltando a correr. Thomas faz menção de fazer o mesmo, sendo impedida pela ruiva.

"Do que diabos vocês estão falando, Thomas?" pergunta. "Achamos que é uma forma para sairmos daqui" ele responde, fazendo Anne sentir emoção em sua expressão.

A garota se conforma, contra a vontade, com essa resposta incompleta já que Thomas começa a correr atrás do asiático, a deixando para trás. O trio corre por um tempo que para ela nunca parecia acabar, enquanto surpreendentemente decora o cainho.

Pensando em todas as possibilidades de saída, e o que eles poderiam estar querendo mostrar para ela, Anne se distrai. Corre como se fosse algo que ela faz todos os dias, sem cansar, até que é impedida abruptamente por ambos dos garotos.

-Mas que mértila...? Thomas solta essas palavras com o susto. Anne olha pra as faces dos garotos, sem entender, mas então olha pra baixo.

Estavam na beira de um penhasco que parecia não ter fim, apenas um abismo cinzento. A ruiva se afasta rapidamente do local, dando um gritinho agudo e sentindo seu coração bater com rapidez.

Caminhar para a morte com certeza não estava em seus planos de hoje.

-Por que tem isso aí? Um penhasco no meio de um labirinto? -pergunta gesticulando com as mãos, indignada enquanto tirava o cabelo da face.

-É isso que não sabemos. -Minho a ajuda a se levantar do chão gelado do labirinto. -Na noite em que passamos aqui dentro, quando fomos atacados por verdugos, Thomas teve a incrível ideia de fazê-los cair pelo penhasco.

-Mas eles simplesmente desapareceram ao cair. Antes de chegar ao chão, só desapareceram no ar. -completa Thomas. -Foi como magica.

-Eles conseguem sair do labirinto por aqui. -diz Minho. -Parece mágica, mas o pôr-do-sol também parece.

-Se eles podem sair dessa maneira -Acrescenta a garota, seguindo a linha de raciocínio -, também podemos. -Um arrepio de empolgação percorre toda sua espinha.

Anne de repente parece inquieta, acha uma pedra no chão e a pega. Então começa a juntar várias pedras que encontra. Os garotos encaram, ambos com a mesma cara de paisagem.

-Você não vai tacar isso na gente, vai? -Diz o asiático com uma sobrancelha levantada. Anne revira os olhos.

-Não. -Ela responde. -O que vocês vão ver agora é um experimento científico. Agora só me ajudem e fiquem de bico calado.

-Essa menina é louca ou o que? -Minho diz para o outro.

-Eu ouvi isso! -Diz Anne arremessando uma pedra em direção ao garoto.

O trio começa a juntar pedras, procurando nas frestas do labirinto. Quando reuniram uma pilha considerável à beira do penhasco, os garotos apenas aguaram as instruções da ruiva.

-Vamos atirar uma pedra de cada vez, em ziguezague. -ela diz, colocando uma mecha de cabelo solta atrás de sua orelha, como sempre fazia quando estava pensando, Thomas tem a impressão. -Se houver algum tipo de saída mágica, talvez funcione com as pedras também, fazendo-as desaparecer, então poderemos ter uma boa visão da área de saída. Parece que uma ilusão de optica a esconde ou coisa do tipo...

Anne para e analisa, bem da beira do penhasco, o vazio que existia do outro lado.

-Mas que princesinha sabe-tudo hein? -Diz Minho, impressionado. -Vamos começar então, dá para fazer umas boas anotações disso. -Ele completa, apanhando seu caderno de bolso junto de seu lápis.

Primeiro foi a vez de Anne, que arremessou mais para a direita, a pedra caiu, continuou caindo, até que sumiu de vista. Depois foi Thomas quem apanhou uma pedra da pilha e a arremessou. A mesma coisa aconteceu.

Foram revezando, cada um arremessando sua pedra, e a mesma coisa acontecia. De novo e de novo. Thomas se sentia cada vez mais desencorajado a cada lançamento, estava desanimado.

Então a pedra de Anne desapareceu.

-Vocês viram isso? -Anne pergunta, dando pulinhos animados.

Ela lança novamente uma pedra no mesmo lugar, ela desaparece novamente. Anne da um gritinho ao acontecer. A pedra fora arremessada no centro da área cinzenta, caia por alguns segundos, até que desaparecia como se tivesse atravessado uma superfície de água ou neblina.

-Não pode ser... -Diz Minho surpreso.

Ele começa a arremessar mais pedras no mesmo lugar, mas a cada arremesso ele distancia alguns centímetros, para ver os espaço que o 'portal' ocupa.

-Parece ter cerca de 1 metro quadrado. -Diz Anne, ainda animada mas confusa. -Como os verdugos passam por ai? Eu nunca vi um, mas ele deve ser grande, não?

-Sim, eles são bem grandes. -Thomas a situa. -Não faço ideia de como passam por um lugar tão pequeno. Esse...esse buraco de verdugos.

Minho ri ao ouvir o nome.

-Não deixa de ser um bom nome. -diz enquanto rabisca seu caderno, esboçando as dimensões da passagem e registrando tudo o que foi descoberto.

Ficam lá por mais um tempo, admirando o nada enquanto tentavam se recuperar da adrenalina que foi descobrir uma possível saída.

-Bom, vamos voltar. Já está quase na hora das portas se fecharem e além do mais temos que contar para Alby e Newt...-Diz Minho guardando seu caderno de bolso e se vira para ir embora. -Hum, pessoal...-diz num tom assustado.

Os outros dois se viram com cuidado. O sorriso de Anne se desmancha ao ver o que os esperava no final do corredor.

when the glade burns || tmr Onde histórias criam vida. Descubra agora