when the glade burns || tmr

16.

Depois que o soro foi injetado em mim, aquele liquido azul e cintilante, eu simplesmente apaguei. Me vejo em um ambiente escuro, na verdade completamente preto. Começo a caminhar sem saber o que fazer, de repente piso em falso e pareço mergulhar em um lago de água fria.

Um cenário começa a se formar ao meu redor, tudo parece ficar nítido.

Eu havia mergulhado em uma memória.

Uma versão mais nova de mim se encontra numa cabana, o tecido amarelado e velho permite que o sol aqueça e ilumine todo o interior da cabana.

Eu estava desenhando em meu caderno quando Tia Clarke pede permissão para entrar.

-Querida, posso entrar? –Ela diz delicada.

-Entra. –Digo fechando o caderno rapidamente quando ela passa pela abertura da cabana.

Eu sei que ela viu o que eu estava fazendo, mas parece ter ignorado.

-Noticias da mamãe? –Pergunto preocupada ainda lembrando da noite passada.

-Querida, você é uma garota esperta para sua idade. Eu sei que se eu não te contar , você vai acabar descobrindo de um jeito ou de outro. -Ela diz se sentando no chão comigo. –Sua mãe não está muito bem. Está doente da cabeça.

-Se você tentou ser delicada não deu muito certo. –Digo dando um sorriso triste. –Que tipo de doença é essa?

-Você deve saber do que estou falando. –Ela diz oferecendo o seu colo e eu deito minha cabeça nele. –O nome é Fulgor, você aprendeu sobre isso com Vince. –Ela mexe em meu cabelo.

-Degrada o cérebro aos poucos deixando o portador retardado a ponto de comer as próprias bolas. –Digo, recebendo um olhar de reprovação de Clarke. –Palavras de Vince, não minhas! –Retruco.

Ela ri de mim, ainda com tristeza no olhar.

-Bom, na verdade não foi isso que vim falar. –Ela diz me pondo de frente para ela. –Anne vamos te dar seu primeiro trabalho.

-Vou poder usar o carro? –Digo animada.

-Você é nova para isso! Talvez daqui alguns anos. –Ela diz acariciando minha bochecha. –Não, seu trabalho será de espionagem. Você será uma espiã infiltrada.

Espiã infiltrada!? Meu susto parece me puxar para fora da memória.

E tudo escureceu.

Mas eu sabia que não tinha acabado.

Na verdade, isso foi só o começo.

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