Sem revisão.
♥
Prólogo.
Connor McBrian.
Corro pelas escadas em direção ao meu quarto.
Papai chegou bêbado outra vez. E se quando está sóbrio ele desconta todo seu ódio por mim, me batendo com o seu chicote de couro e corda usado nos cavalos, quando está bêbedo então...
Alcanço o quarto e entro no cômodo escuro. Fechando a porta levemente, para que não faça barulho. O silêncio grita em meus ouvidos, e posso escutar meu coração batendo fortemente em meu peito.
Minha mãe morreu ao me dar a luz, e meu pai culpa-me disso. Ele a amava, mas eu acabei com seu amor, com sua vida. Disse-me isso muitas vezes nos últimos 12 anos.
Jogo-me na pequena cama e agarro meu travesseiro. Às vezes, eu sentia falta de um abraço ou de um afago. Via meus amigos da escola com suas mães e queria isso. A senhora Davidson, a governanta da casa, dava-me isso às vezes. Mas não era a mesma coisa.
Moramos em uma fazenda nos limites de West Orange. Uma cidade de pouco mais de três mil habitantes no sudeste do Texas. E por isso, não era segredo de ninguém que eu apanhava todos os dias. E o fazia porque merecia, por ter matado minha doce mãe.
Com o tempo, eu aprendi a ficar fora do radar. Escondia-me principalmente no celeiro, pois adorava os cavalos. Era como se tivéssemos uma ligação especial, eu não entendia bem.
A senhora Davidson ajudava-me quanto a isso, a me esconder. Ela era como uma mãe para mim, mas não podia interferir quando o meu pai batia-me. Então somente me ajudava a cuidar dos ferimentos depois, ou a me esconder antes disso.
O velho Davidson, marido da senhora Davidson, sempre me deixa ajudá-lo na fazenda. Mas meu pai não sabe disso. Ele não gosta que eu mexa em suas coisas, e isso inclui a fazenda, e os animais que tem nela.
Mas Davidson diz que isso será meu um dia, então tenho que aprender os ossos do oficio.
Ouço os gritos de meu pai e estremeço. As feridas em minhas costas ainda estavam frescas da surra do dia anterior.
Eu não era o único alvo de seus ataques de fúria. Os funcionários da fazenda também o eram, mas precisavam muito dos empregos que meu pai oferecia, para simplesmente largá-los.
A Nona, que era como chamava à senhora Davidson quando estávamos a sós, dizia que eu tinha que me esforçar na escola, para que pudesse ir embora da nossa pequena cidade.
Ir longe do meu pai.
Então eu o fazia. E não via a hora de poder sair daqui.
Não tinha nada que me segurasse aqui. Eu não tinha amigos, as pessoas realmente me evitavam na cidade, e mesmo tendo somente dozes anos, eu entendia que elas o faziam porque tinham medo do meu pai, ou simplesmente achavam certo me odiar, já que ele o fazia. Ele mandava em toda a cidade, e não queria que ninguém se aproximasse de mim, como punição por deixá-lo sem esposa.
Os únicos que burlavam seu decreto era os Davidson, fazendo com que minha vida fosse um pouco menos solitária.
Seis anos mais tarde.
Hoje era a formatura do colegial. Finalmente sairia dessa cidade, desse inferno que era viver na fazenda.
Eu já era grande o suficiente. Meu pai não me batia mais, agora eu sabia me defender do seu chicote. Mas ele sempre arrumava outros meios de vingar-se. Como obrigar-me a trabalhar até a exaustão, e não me dando dinheiro para nada. E enquanto os outros iam para a escola em seus carros velhos, eu andava duas horas até ela.
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Amar um anjo (DEGUSTAÇÃO)
RomansaPLÁGIO É CRIME! Violar direito autoral, da pena de 3 meses a 1 ano, ou multa. Como prevê o art. 3° da lei número 9.610/98. LIVRO ÚNICO. Connor McBrian. Eu amei um anjo. Mas não era um anjo desses com asas e que moram no céu. O...