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2 anos antes

— FELIZ ANIVERSÁRIO, MOZÃO! – gritei, me jogando em cima do Tommy que dormia. Bom, não mais. Eu não era adepta a palavra mozão, mas achei que ela combinava com a situação. Em vez de abrir os olhos ou me xingar, ele gemeu em protesto e virou a cabeça para o outro lado. – Já é quase meio-dia, cria vergonha na tua cara. – Eram 9 horas. Ele não precisava saber disso. Rolei para o seu lado e comecei a empurrá-lo. – Vai, levanta. Vai, vai, vai. – eu estava determinada a continuar sendo irritante até que ele levantasse a bunda daquela cama. Eu havia feito planos para o aniversário dele e ai de quem estragasse.

— Você fica pior a cada aniversário. – ele disse com a voz rouca de sono sem nem abrir os olhos. Eu gostava de aniversários, o que tinha de errado nisso?

— Eu sei. – me aproximei para sussurrar no ouvido dele e aproveitei para lhe dar um beijo na bochecha.

Lentamente, ele abriu seus olhos incrivelmente lindos e azuis num tom tão claro que dava inveja, e abriu um sorriso. Ele me encarou por uns bons dois segundos até franzir o cenho do nada e me olhar confuso.

— Como você entrou aqui?

— Com a minha chave. – respondi, como se fosse óbvio, mas ele só pareceu ficar mais confuso ainda.

— Desde quando você tem a chave da minha casa? – perguntou.

— Desde quando sua mãe me deu, vamos ver... Semana passada. Não te falei?

Ele balançou a cabeça, negando, e apoiou o queixo em uma mão, me olhando de olhos cerrados.

— E por que eu não tenho a chave da sua casa?

— Ei, pede para os meus pais, a casa é deles. Não é minha culpa seus pais confiarem mais em mim do que os meus confiam em você. – disse, abrindo um sorriso convencido, que ele devolveu.

— Você sabe que seu pai confia mais em mim do que ninguém. Mais do que ele confia em você, até.

Revirei os olhos.

— Meu pai é um traidor. Vai, levanta. – o empurrei novamente, mas tudo que ele fez foi passar um braço ao redor da minha cintura, me puxar para perto dele e, se você tá pensando que rolou beijo, não, ele só fechou os olhos de novo.

— Fica aqui comigo mais um pouco. – ele murmurou, encaixando sua cabeça entre meu peito e meu pescoço, lugar que ele depositou um beijo antes de parar completamente de se mexer.

— Não fico, não. – protestei, o empurrando. Não me entenda mal, eu adoraria ficar ali deitada com ele pelo resto da minha vida, mas, como eu disse anteriormente, eu tinha planos. – Vamos, Tommy, nós já estamos atrasados. – Graças a mim, que tinha perdido a hora. Mas ele também não precisava saber disso.

— Atrasados para que, Jess?

— Você vai saber se levantar, escovar os dentes porque você tá com um puta bafo e vir comigo. – ele abriu levemente os olhos e abriu um sorriso sarcástico.

— Sempre romântica.

Dei de ombros.

— Eu faço o que eu posso.

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