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Thomas' POV


2 anos antes...

— Só mais um pouquinho pra direita... Não, não, não, foi muito, volta, isso. Agora solta devagar, com muito, muito cuidado...

— Jess, isso é um balde, não uma bola gigante de ferro. – eu disse, virando para a minha namorada aka engenheira civil.

— Uma garota pode sonhar. – respondeu, dando de ombros. – Além do mais, o que tá aí é tão perigoso quanto. – revirei os olhos, rindo.

— Não exagera.

Nós éramos os responsáveis pela última pegadinha do ano. Bom, dessa maneira soava como se outras pessoas soubessem e tivessem nos colocado naquela posição, mas não... Nós só éramos livres assim. Era o último dia de aula, faltava cinco minutos pro sinal do fim do intervalo tocar, que mal teria? O pior que poderia acontecer era a Julie surtar, mas nós já sabíamos mais ou menos como lidar com ela. Na verdade, eu teria que lidar com ela sozinho, já que Jess só estava ali de intrometida que adorava pregar peças nos outros, aquela nem mesmo era a sala da próxima aula dela, mas, conhecendo Jessica Corinne mais do que ninguém, eu chutava que ela não ter que lidar com a Julie era a melhor escolha.

— Você acha que vai pegar gente o suficiente? – ela perguntou, de braços cruzados, analisando a armadilha em cima da porta.

— A próxima aula é do Julian. – respondi simplesmente, mas foi o bastante.

— Ah... Com certeza. – afirmou, com um sorriso maldoso nos lábios.

Para os leigos, Julian era nosso professor de artes. Depois de muitos anos tendo sua matéria completamente ignorada pelos alunos, ele tomou a decisão de colocar uma pena sobre todos os atrasos, descontando diretamente nas notas dos trabalhos. Agora, no exato momento em que o sinal toca, todo mundo corre para a sala de aula porque chegar depois dele não é uma opção.

Desviei meus olhos do balde acima da porta para Jess, que parecia realmente entretida estudando a artimanha que fizemos, ainda com um pouco do sorriso nos lábios rosados, o que me fez sorrir também. Seu cabelo estava preso no topo da cabeça, levemente bagunçado, e ela tinha algumas fracas olheiras, resquícios das últimas semanas mal dormidas por causa das provas.

Puxei-a pela cintura e ela imediatamente aconchegou seu corpo ao meu, erguendo a cabeça para me olhar nos olhos.

— Já te falei como você tá linda hoje? – ela ergueu os ombros.

— Eu não me importaria de ouvir de novo. – disse, com os lábios esticados em um sorriso.

— Você está extraordinariamente linda hoje.

— Ah, você sabe como pregar peças nas pessoas levanta o meu espírito.

— Os olhos chegam a brilhar. – afirmei, pois seus olhos castanhos realmente tinham um brilho especial naquele dia.

— Eles sempre brilham quando eu olho pra você, não notou, não? – brincou.

— Bem... Sim, eu só estava tentando ser modesto. – respondi, arrancando dela uma gargalhada.

Eu riria também, mas optei por ficar admirando-a com cara de idiota. Eu já havia dito aquilo milhares de vezes, mas Deus, como ela era linda rindo espontaneamente daquela maneira! E de todas as outras maneiras também, para ser sincero.

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