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1, 2, 3 segundos depois e começou...

— Meu. Deus.

— Você viu aquilo?

— Quem é essa?

— Fico alguns dias longe e é isso que acontece?

— Eu não acredito que você fez isso.

— Se tivesse um prêmio de iniciação do ano, com certeza seria teu!

Êpa.

Virei para trás, encontrando Julie, Mark e Mina, que tinha falado a última frase. Ela sorria orgulhosa(?) para mim.

— Iniciação? – questionei, a encarando. De novo, eu havia esquecido completamente daquilo.

— Sim... Não foi por isso que deixou um cara completamente nu no meio da festa?

Eu estava pronta para dizer que não, que aquilo não tinha nada a ver com iniciação nenhuma, mas meu olhar se encontrou com o de Nikki, um pouco mais ao fundo. Ela me olhava com um sorriso muito parecido com o de Mila. Aquilo era um bom sinal, certo? Eu achava que sim. E a ideia de não ter mais que pensar no que fazer me agradava demais para deixar aquilo passar.

— É, foi. Por causa da iniciação. – confirmei e seu sorriso se alargou. Ela se aproximou, colocando um dos braços ao redor dos meus ombros.

— Bom trabalho. – disse antes de sair se enfiando no meio das pessoas que já não encaravam tanto.

Sorrindo também, com uma baita sensação de vitória, voltei a olhar para Julie e Mark a minha frente. Ela parecia surpresa demais para dizer qualquer coisa e ele tinha o cenho franzido. Não soube dizer se ele tinha gostado ou não do show. Mas não me importei, nada tiraria minha felicidade tão cedo.

— Senti sua falta, sabia? – eu disse, o abraçando. Ele demorou um pouco pra reagir, mas logo me abraçou de volta.

— Eu também. – falou de um jeito meio monótono. – É que eu também tinha um recrutamen... – seu tom de voz foi diminuindo, até que ele parou completamente. – Jess, o que foi aquilo? – perguntou, com a expressão preocupada.

— Eu me vingando do Thomas. Nada demais. – respondi. – Na verdade, super demais, não foi? – acrescentei. Ele balançou a cabeça. Parecia tão perdido quanto a Julie.

— Você... Jess, como...

— Você não podia ter feito isso! – Julie gritou do nada. Considerando a música alta, nem foi um grito tão intimidador assim. A única parte intimidadora foi o olhar possesso que ela me lançou antes de sair e subir as escadas, provavelmente indo atrás do Thomas. Revirei os olhos.

Se não fosse patético, seria até engraçado o jeito como ele virou a vítima da história, o amigo para todas as horas. Pouco mais de um ano atrás, todos estavam ao meu lado dizendo o quanto ele tinha sido imbecil, como ele não prestava. Agora era como se aquilo nem tivesse acontecido. Eles que fizessem o que queriam também, eu não me importava.

Bom, eu me importava, mas não faria muita diferença, então era melhor fingir que não.

— Quer dançar? – perguntei para Mark, sorrindo.

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