Capítulo 18

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Louis estava sentado numa cadeira velha na delegacia esperando Rob terminar seu depoimento. Ele soubera que tinha algo errado assim que Harry atrasou meia hora. Logo, ele ligou para o segurança que confirmou a saída do amigo e que havia algo de errado. Para dar queixa de desaparecimento era preciso esperar 24 horas, mas Harry era famoso e depois de Louis ter contado toda a história, não fora preciso esperar muito.

O delegado convocara um especialista em tráfico de mulheres, policiais formavam uma força tarefa e todos se mobilizavam em silêncio. A imprensa não podia descobrir ou eles estariam mortos em menos de um dia.

- Eles vão querer torturar um pouco os dois para mostrar quem manda. É um jeito de avisar a todos que não se pode brincar com o bando. – o especialista disse – Nós temos poucas horas para encontrá-los.

- Quanto tempo?

- Doze horas; talvez vinte e quatro, se eles forem fortes.

- E como vamos achá-los?

- Vamos começar analisando o vídeo que você falou, o que o homem apareceu. Faremos uma busca pra saber em qual bando ele se encaixa e então começaremos a juntar as peças. Em uma hora já teremos o resultado e começaremos as buscas.

Liam, Niall e Zayn entraram na delegacia minutos depois, encapuzados para que não fossem reconhecidos e foram direito para a sala reservada que Louis e Rob se encontravam. Eles também deram seus depoimentos e explicações, e logo ficaram sentados, apenas esperando.

- Se eles morre...

- Eles não vão. – Niall interrompeu Liam.

Tentaram se distrair com pensamentos positivos, mas não conseguiam evitar os pensamentos com as possibilidades mais macabras e desanimadoras possíveis. Até que o delegado entrou na sala segurando uma pilha de papéis.

- Sabemos qual é o bando. – ele disse – A situação é mais grave do que pensávamos.

(...)

Era uma sequência de cenas quase que desconexas. Alice saia do ar e com borrões negros via tudo acontecer ao seu redor. O galpão era alto e velho com uma quantidade de ferro surpreendente. Viu Harry ser guiado até um lado, ouviu o barulho de correntes e logo um ganido de dor saiu da garganta dele. Ela fora levada para o lado oposto, ficando de frente para seu namorado que estava erguido pelos braços, segurado por grossas correntes.

- Eu te amo. – Harry apenas mexeu os lábios para que ela lesse.

Não precisaram prendê-la, era desnecessário. A garota não conseguiria fugir daquela emboscada de qualquer forma. E para os planos que eles tinham, era bem melhor tê-la ali. No entanto, Alice escolhera ser forte. Não ia ficar chorando como uma garota assustada, não ia se render. Prometera a Harry que não ia se render e assim o faria. Forte e decidida, mesmo que fosse para abraçar a morte.

- Esqueci de me apresentar. – o chefão falou novamente – Meu nome é Eli.

- Você não espera que eu diga que é um prazer. – Alice retrucou, séria.

- Não, meu amor, não espero porque você não terá prazer algum aqui. Vou me esforçar bastante para isso.

O barulho das correntes mostrou que Harry se mexera raivosamente em resposta, enquanto Alice continuava parada, encarando o homem que lhe ameaçava abertamente. O lugar estava abafado e ela começava a suar, se sentindo sufocada. Ela sabia que viria algo muito ruim quando Eli se afastou por um momento, virando-se para Harry. Eles tinham realmente perturbado a paz daquela conspiração. E algo no rosto daquele homem dizia que iam pagar o dobro.

- Temos 10 horas de diversão, então vamos aproveitar. – Eli disse sorrindo para Harry – Segurem a garota.

Um homem gigante a segurou por trás e, instintivamente, a garota começou a se debater. Não era mais o calor que a sufocava, nem o aperto de ferro do brutamonte, mas a sensação de que Harry não resistiria.

Eli pegou um bastão de basebol e o ergueu. O grito de Alice parou na garganta quando o grito de Harry ecoou no momento que o pedaço de madeira atingiu-o no estômago. O local ficara vermelho instantaneamente. Outro grito! O bastão agora lhe acertara com força nas pernas.

- Para! Por favor! Faça comigo, mas deixe ele em paz. – Alice interrompeu com a voz esganiçada.

Harry abriu os olhos para encará-la e parecia estar se esforçando para mandá-la ficar quieta, porém não parecia achar ar e forças para tal coisa. Ela se debatia e gritava, tentando parar aquilo e ousentia que o homem que a segurava estava gostando demais daquilo. Sentiu nojo. Nojo dele, nojo de si mesma.

- Vamos! Você sabe que quer fazer isso comigo! Por que não faz logo e acaba com isso? Ele não tem nada a ver com essa história. Eu sou o seu problema!

Eli se virou para ela com um prazer doentio estampado nos olhos. Ela estava certa, mas era tão bom vê-la sofrer. Como não conseguia entender que estava atingindo-a quando machucava o garoto. Entretanto, um pedido tão aberto de uma submissão dolorosa não podia ser negado. Como uma serpente prestes a dar o bote, ele foi até ela.

- Está gostando, minha querida? – ele perguntou.

Juntando toda a quantidade que conseguiu, Alice jogou um jato de saliva no rosto dele. A cusparada era a única coisa que ela pensou que poderia humilhá-lo, deixá-lo abalado. E funcionou. Segundos depois um tapa estalou no rosto da garota com tanta força que uma linha mínima de sangue apareceu no canto de sua boca.

- Você precisa de uma lição.

Harry gritava tentando chamar a atenção, tentava se livrar das correntes, mas ninguém o percebia. "Não toque nela", "Eu vou te matar", "Sai de perto dela". Não parecia sinal de perigo.

- Tragam um balde de água fria. – Eli mandou e logo um balde gigante com pedras de gelo e água estava na sua frente.

O grandalhão soltou Alice apenas para segurá-la pelos cabelos e colocá-la de joelhos na frente do balde. Harry recebeu um soco para ficar quieto no mesmo momento que a cabeça da garota era forçada para dentro do balde. Ela se debatia enquanto tentava levantar a cabeça, mas o homem era forte demais e a água gelada começava a fazer doer sua carne, como pequenas agulhas que lhe penetravam a pele. Quando começou a respirar água, ergueram-na.

Cinco segundos tentando respirar ao mesmo tempo que tentava expelir a água inspirada e logo ela estava de volta. Já não conseguia mais se controlar, não conseguia impedir de seu corpo de engolir água na tentativa de receber um pouco de ar. Então, tiraram-na de novo. E a colocaram lá, e tiraram-na. A ação de repetiu várias vezes até que, na última, Alice quase não tinha forças para resistir. Num sinal, Eli mandou o homem tirá-la de vez, largando a garota semi- inconsciente no chão enquanto cuspia água e se contorcia tentando respirar.

- Se ela apagar, acordem. Eu quero que ela veja tudo o que o namoradinho dela vai sofrer.

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