Prólogo

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-Você disse que me amava!- ela gritou, enquanto apontava a arma para ele.

-Sim, eu disse, mas foi você quem me traiu.

-Eu não tive escolha Ivan!

-Teve sim, mas você escolheu me trair.- começou a andar em direção à ela.

-Fui obrigada à isso. Você não sabe o quanto ele é cruel!- ela continuava a apontar a arma para ele.

-Corta!- o diretor gritou.- Muito bom, a gente continua semana que vem.

Devon suspirou cansado. Esse não era o melhor de seus filmes. Na  verdade, tinha sim uma história interessante. Era sobre um casal de espiões, e no decorrer do filme a mulher trai o marido, muita ação e uma pitada de suspense, mas não estava muito contente em interpretar o personagem. Estava fazendo porque seu empresário disse que seria uma boa ideia.

Revirou os olhos quando viu Eliza aproximar-se. Não gostava dela, como atriz era péssima. As pessoas só gostavam dela por causa de sua beleza, e porque todos os filmes que ela participava, dava lucro. Devon odiava o fato dela sempre 'dar em cima' dele.

-E então?- sentou-se ao seu lado- Está livre essa noite?

-Infelizmente não.

-Que pena.- fez um biquinho e Devon sentiu um enjoo repentino.

-Pois é, me desculpe, mas eu tenho que ir agora.

Ele sorriu falsamente e saiu de lá a passos apressados.

-Fugindo da Eliza de novo?

-Sim. Odeio ela.

-Mas aparentemente, ela te adora.

Pauline, sua estilista, braço direito e irmã mais velha, virou-se para onde Eliza estava sentada e acenou. Eliza apenas revirou os olhos e levantou da cadeira.

-Antes de irem embora,- o diretor começou a falar e fez um sinal com as mãos para que todos se aproximarem- preciso comunicar algo.- esperou até que todos estivessem reunidos e continuou-Depois de terminar essa cena, vamos para Roma, terminar o filme.

-Vamos para a Itália?- Eliza perguntou animada.

-Não, vamos para Noruega.- Devon murmurou e revirou os olhos.

-Sim. Estaremos embarcando na sexta-feira dessa semana. Encontro vocês no aeroporto cinco e meia da tarde, no dia marcado. Não se atrasem, e não vou ficar repetindo, por isso anotem.

-Quanto tempo ficaremos lá?- um dos atores perguntou.

-Dois meses.-ouviu algumas pessoas reclamarem-Sei que pode ser muito tempo, mas eu preciso terminar o filme perfeitamente.- ele suspirou- Então, estamos combinados?

-Sim.- todos responderam.

Roma- Itália

Estava garoando quando Lorenzo saiu para ir ao mercado. Mas agora estava ensolarado e bem no meio do céu tinha um arco-íris. Respirou bem fundo o ar e pode sentir um cheiro maravilhoso de vinho, não que costumasse beber ou algo do tipo, apenas gostava do cheiro.

   Andou lentamente de volta para seu lar, observando as crianças se divertindo no parque. Sempre gostou de crianças, queria ser pai um dia, se pudesse.

Chegou e viu seu superior regando as plantas e cantarolando uma doce melodia. No patio, crianças corriam alegres e as flores estavam lindas.

-Lorenzo! Hoje você foi rápido.- disse padre Luca massageando as costas.

-Sim, as filas estavam menores.- sorriu.

-Que bom, vá e ajude Giovanni na cozinha.

-Sí, signore.- o padre negou com a cabeça e sorriu.

Ajeitou as sacolas em suas mãos e andou até a cozinha.

-Infine!- Giovanni reclamou.- Vamos, onde está a salsinha?

Lorenzo adorava Giovanni, isso sem falar da ótima comida que ele preparava. Procurou a salsinha nas sacolas e a entregou para ele.

-Corte as cenouras e depois vá arrumar as mesas.

Descascou as cenouras e as cortou em rodelas, depois depositou em um pote entregando para Giovanni.

-Grazie.- secou as mãos no avental e pegou o pote- Pode deixar um lugar vazio, Carlo não está se sentindo muito bem desde hoje de manhã.

-Mas o que aconteceu?- perguntou preocupado.

-Não sei direito, acho que estava febril.

Lorenzo arrumou as mesas como fazia quase todos os dias. No mosteiro onde morava desde seus doze anos, nunca fora muito cheio de moradores. Doze pessoas, para ser mais exato. Era bem pequeno, mas conseguiam fazer suas missas aos domingos tranquilamente, ficou bastante movimentado quando padre Luca abriu uma exceção para os de fora. Era um dos melhores dias da semana em sua opinião, poderia ver pessoas novas e brincar com as crianças.

Terminou de arrumar as mesas e avisou a Giovanni que iria ver o pequeno Carlo. Andou por aquela construção que deveria ter pelo menos uns vinte anos de existência, com pinturas e pequenas estatuetas de anjos. Possuía um bem grande no portão com a imagem de Nossa Senhora, uma das mais bonitas em sua opinião, bem colorida e detalhada. Sempre conversava com ela para passar o tempo.

Passou por diversas portas até chegar ao quarto de Carlo, mas finalmente chegou. Bateu na porta e pode escuta-lo assoando o nariz.

-Pode entrar.- fungou logo em seguida- Padre Lorenzo, o que lhe traz aqui?- espirrou.

-Vim ver se estava bem... Está gripado? Precisa de alguma coisa?

-Não, está tudo bem. Melhorei bastante depois do chá que Giovanni me deu.

-Não vai querer comer?

-Hoje não, mas obrigado por vir me ver. Fico muito feliz.- o menino sorriu e tossiu.

-Está bem, se precisar de algo, sabe aonde me achar.

Deu um beijo no topo da cabeça do menino e saiu do quarto. Percorreu o mesmo caminho que fizera antes para voltar a cozinha.

-Como está Carlo?- perguntou Vittorio, que estava colocando um pouco de água em cada copo na mesa.

-Está tossindo um pouco ainda, mas disse que estava melhor.

-Depois vou vê-lo.

Todos chegaram na cozinha. Sentaram-se e começaram uma oração antes da refeição.

                         ♡♞♜♝♟

Califórnia- Estados Unidos

-Já arrumou todas as suas coisas Devon?-Pauline gritou de seu quarto.

-Estou quase terminando Line.

Devon finalmente conseguiu fechar sua mala. Olhou para seu quarto e suspirou. Ficaria fora de casa por dois meses, era muito tempo. Nunca tinha passado tanto tempo em outro país a não ser o seu...

Tudo o que esperava, era que
acontecesse algo que o faria se divertir, algo inesperado. Como um novo amor, talvez?







o que acharam? ficou bom?
kissus morangos😘🐔

2 meses em Roma (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora