Dodici

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Basilica di San Pietro 12:56

Devon estava sentado em um banco que ficava bem de frente para a entrada da imensa Basílica. Já faziam alguns minutos que estava alí, sem fazer nada, apenas observando as pessoas passarem e tomando um bom capuccino para aquecer seu corpo.

Avistou Pauline e Eliza sairem, com lindos sorrisos estampados em seus rostos.

Como seria bom se fosse ele e Lorenzo saindo de mãos dadas, e sorrindo daquele jeito... Devon balançou a cabeça de um lado para o outro, tentando afastar aqueles sentimentos ruins, que estavam reinando em seu peito já a muito tempo. Sorriu cansado para o casal que tinha acabado de parar em sua frente. Tomou o último gole de seu capuccino e descartou a média embalagem de cor verde na lixeira que tinha ao lado.

Não queria ter saído do hotel naquele dia, preferia ter ficado de baixo das cobertas quentinhas e assistindo um bom filme, mas Pauline praticamente arrastou o mais novo, alegando que ele precisava superar tudo aquilo e arranjar um novo amor.

Mas não era fácil arranjar um novo amor, ele queria Lorenzo e não outra pessoa. Não conseguia imaginar um futuro longe de Lorenzo, não conseguia imaginar sua vida sem ele.

Sorriu de lado e suspirou fundo, começando a seguir o casal a sua frente. Era estranho até para si mesmo. Nunca tinha ficado tão apaixonado por alguém desse jeito antes. Tivera uma vez, em que estava no ensino médio, mas agora vira que não passara de uma paixonite adolescente.

Poderia ser que apenas ele estava sentindo tudo aquilo? Todo aquele sentimento?

01:33

Lorenzo andava de um lado para o outro. Suava frio e sua respiração estava um pouco alterada. Era a primeira vez que iria regir em uma Capela que não fosse a de São Benedito. Estava tão nervoso que padre Luca só de olhar o rapaz estava ficando nervoso também.

-Lorenzo, meu filho.- o padre segurou firmemente os ombros do mais novo e sorriu- Vai fazer um buraco no chão se continuar nesse ritmo.

Lorenzo riu fracamente.

-Estou muito nervoso.- ele suspirou- E se eu errar alguma frase ou acabar tropeçando e caindo na frente de todos?

-Vai dar tudo certo.- o mais velho o tranquilizou- Não tenha medo, vamos estar com você.

O Papa entrou na pequena sala em que os dois estavam. Deu um abraço em cada em forma de saudação e perguntou se Lorenzo estava pronto. O mais novo deu um sorriso amarelo.

-Eu estou muito nervoso Vossa Santidade, espero não cometer nenhum erro.- Lorenzo passou as costas da mão sobre a testa para tirar algumas gotículas de suor.

-Apenas seja você mesmo. Tudo irá fluir normalmente quando você se acostumar.

O Papa deu tapinhas leves nas costas de Lorenzo e depois saiu da sala.

O sino tocou, como um aviso de que já estava na hora. Lorenzo respirou fundo e soltou o ar algumas vezes antes de finalmente colocar seu corpo para fora da sala.



1:37

Devon acomodou-se em uma das cadeiras que estavam posicionadas em fileiras um pouco desalinhadas. Não sabia o que estava acontecendo, mas lhe parecia uma missa.

-Isso é uma missa?- Eliza entrelaçou seus dedos aos de Pauline.

-Acho que sim.- Devon deu de ombros e tentou se acomodar na cadeira, que em seu ponto de vista, era um pouco dura.

Tirou sua atenção do pequeno palco e começou a observar a paisagem ao redor. Muitas pessoas passavam e apenas iam embora, outras sentavam-se e pegavam suas bíblias para-provavelmente- acompanhar o padre ou o Papa.

Devon nunca tinha visto uma missa ao ar livre. Na verdade, tinha apenas visto em algum dos vários canais que tinha em sua casa na Califórnia, mas nunca tinha presenciado ao vivo.

-Devon.

Seguiu o olhar para a direção que Pauline apontava e não pode acreditar no que estava vendo.

Lorenzo estava lá, em cima do palco, falando algo sobre ter Deus em nossas vidas e de que como isso era bom, mas Devon não queria saber daquelas coisas. Sua vontade, era de sair correndo e ir abraçá-lo fortemente, para que nunca mais escapasse de seus braços.

Mas porque ele parecia tão longe e inalcançável?

Sentiu o gosto salgado invadir sua boca e só então percebeu que estava chorando. Não aguentaria ficar ali, por nem mais um segundo.

Levantou abruptamente da cadeira que estava sentado e praticamente correu daquele lugar, ignorando os chamados de sua irmã para que a esperasse.

Ele não escutava nada, apenas o som de seu coração batendo tão rápido e alto, que qualquer um que passasse, poderia escutar. Não sabia porquê estava correndo, ou o porquê de simplesmente ter fugido.

Mosteiro 20:11

Lorenzo tirou sua bata e a pendurou no cabide que ficava ao lado da porta. Jogou-se na cama e suspirou. O dia tinha sido cansativo, e ele queria apenas deitar e dormir.

A missa tinha sido um sucesso, mesmo ele quase tendo que parar.

Ele estava longe, mas estava lá.

-Pode entrar.- disse assim que ouviu alguém bater na porta.

-Como foi hoje?- Carlo entrou no quarto e sentou-se na antiga poltrona verde que tinha no quarto de Lorenzo.

-Foi maravilhoso.

-Não fiquei muito convincente.- Carlo levantou uma das sobrancelhas- O que aconteceu?

Carlo tinha mais ou menos a mesma idade de Lorenzo. Era alto e era dono dos cabelos mais ruivos que ele já vira na vida. Não sabia ao certo como Carlo veio parar no Mosteiro, mas ele era um bom amigo, quase com um irmão.

-Eu sou um pecador Carlo.- Lorenzo levantou e sentou-se na beirada da cama.

-Um pecador? Como assim, o que você fez?

-Eu me apaixonei.

-Mas se apaixonar não é um pecado!- Carlo sorriu para o amigo.

-Você não está entendendo.- Lorenzo bagunçou os cabelos.- Eu me apaixonei por Devon Crueses, eu me apaixonei por um homem!- ele gritou.

O peito de Lorenzo subia e descia descontroladamente. Não sabia o que tinha dado em si, para não ter simplesmente falado, mas gritado.

Carlo o encarava assustado e os dois não falaram nada por uns bom minutos, apenas ficaram absorvendo tudo aquilo.

-Eu não acho que seja pecado amar.- disse Carlo.











desculpem a demora meus moranguinhos, estava ( ainda estou) com bloqueios

2 meses em Roma (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora