2 meses em Roma (Romance Gay)

Uno

Roma-Itália

Pauline estava quase enlouquecendo. Ela havia perdido sua mala de mão, com todos seus pertences valiosos. Devon estava tendo uma confusão cômica aos olhos das outras pessoas, não sabia falar italiano, mas pelo menos conseguiu pedir alguém que falassem em inglês.

-É que minha irmã perdeu a mala de mão.- passou a mão nos cabelos.

-Por acaso é uma rosa com uns brilhantes?- a tradutora perguntou.

-Sim!

-Passem na área de achados e perdidos.- ela sorriu- Logo a encontraram.

-Obrigado.- Devon agradeceu- E pode pedir desculpas para aquela atendente? Eu acho que a irritei um pouco.

-Claro.- ela sorriu novamente e saiu andando.

-E então?- Pauline suspirou.

-Vamos no achados e perdidos.

Pauline prendeu os cabelos em um rabo-de-cavalo e começou a seguir Devon até o achado e perdidos.

Demoraram um pouco para achar o achado e perdidos, mas após alguns minutos conseguiram resolver tudo.

Foram para fora do aeroporto a encontro do resto do elenco e produção.

Hotel Eterna Passione- 20:00

-Line!- Devon gritou da porta- Não vai jantar?

-Não.- ela negou- Não estou com fome, qualquer coisa eu peço algo.

-Tem certeza?

-Tenho sim. Vá logo, antes que fique tarde e não ache nenhum restaurante.

-Te vejo mais tarde então.- deu um beijo na testa de Pauline e fechou a porta.

Devon pegou o elevador e apertou o botão do primeiro andar. Ficou observando a vista, que tinha pela grande janela de vidro do elevador. Roma era linda  de dia, de noite era maravilhosa! Podia ver as luzes dos prédios e carros transitando.

Saiu do elevador e entrou no lobby. Não era um hotel cinco estrelas, e muito menos era caro, mas era um dos mais bonitos que já vira. Era azul com enfeites dourados e grandes lustres pendurados no teto.

Cumprimentou com acenos de cabeça alguns atendentes e tentou sair do hotel, mas para sua sorte ou não, milhares de fãs estavam paradas em frente a porta principal. Chamou alguns seguranças para lhe ajudar a sair de lá, mas estavam ocupados 'protegendo' Eliza. Sua única saída era a porta da cozinha.

Pediu autorização para o pessoal do hotel e conseguiu sair tranquilamente.

-Meninas!- alguém gritou- É o Devon!

Devon parou na mesma hora. Virou sua cabeça devagarinho e respirou fundo, rezou mil vez e começou a correr o mais rápido que podia.

As fãs começaram a gritar e correr atrás dele. Devon estava perdido, nos dois sentidos, não sabia o que fazer e não sabia onde estava. Virou a esquerda no primeiro beco que viu e continuou correndo até achar um lugar para se esconder.

Olhou para trás e pode ver algumas fãs ainda o procurando. Bagunçou os cabelos e viu uma porta, que no momento estava muito, mas muito convidativa. Pensou alguns segundos se deveria ou não entrar, mas o murmúrio de algumas garotas o fizeram esquecer de sua dúvida e acabou por entrar e fechar a porta com um pouquinho a mais de força.

-Che Dio è con... Signore, avete un problema?

-O que você disse?- Devon perguntou confuso.- Eu não entendi.

-Inglês?

-Não, americano.

-O senhor está com algum problema?- perguntou com calma.

-Ah, me desculpe...- coçou a cabeça em sinal de vergonha- Estava fugindo de algumas fãs.- o padre concordou- Posso ficar aqui, se não tiver problemas, é claro.

-Claro, fique a vontade.

O padre sorriu e continuou sua missa normalmente. Devon nunca se interessou em ir a igreja. Desde pequeno, sua mãe e Pauline sempre iam ao cultos dos domingos, mas ele preferia ficar em casa jogando um bom vídeo game.

Mas tentou prestar atenção no que o padre estava dizendo, o que claramente não estava dando muito certo, porque ele estava falando em italiano.

Depois de alguns minutos, a missa tinha finalmente acabado e sentiu alguém lhe cutucar. Abriu os olhos e se espreguiçou. Na verdade, não tinha nem percebido que tinha caído no sono.

-O senhor não costuma vir à igreja, não é?- o padre falou sentando-se ao seu lado.

-Ah, me desculpe. É que acabei de chegar em Roma, não descansei nada.- Devon olhou para o homem ao seu lado e percebeu que não era tão velho assim- Você tem quantos anos?

-Vinte e um anos.

-Então para de me chame de senhor, estou me sentindo um velho.

-Desculpe... Não acha que elas já foram?

-Está me expulsando?- fingiu estar ofendido.

-Me desculpe...- as bochechas do padre ruborizaram- Não é isso, é que tenho que fechar a capela.

-Ah, claro. Obrigado por me deixar ficar padre.

-Disponha.- ele sorriu- Mas o que o sen- limpou a garganta- Você é, para as pessoas ficarem atrás de você?- perguntou confuso.

-Devon Crueses.