Venti

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Aeroporto Fiumicino 12:27

-Pegou tudo o que precisa?

Era a décima vez que Luca o perguntava a mesma coisa em quinze minutos. O aeroporto estava mais movimentado do que o normal e o nervosismo de Luca, estava deixando o próprio Lorenzo nervoso.

-Peguei padre Luca, peguei tudo o que preciso.

-Tem certeza?- ele insistiu.

Lorenzo sorriu.

-Tenho sim.- ajeitou a mochila- E se faltar algo, posso comprar lá.-O padre continuou com sua feição preocupada e Lorenzo o abraçou fortemente.- Obrigado por tudo o que o senhor fez por mim.

-Eu é que tenho que agradecer, você aparecer naquela cesta na porta do Mosteiro, foi uma das melhores coisas que Deus nos presenteou.

Lorenzo o apertou mais ainda em seus braços e não demorou muito para que as lágrimas começassem a rolar. Padre Luca sempre lhe contava essa história, teve uma época em que Lorenzo foi procurar seus pais, mas se arrependeu. Foi tratado tão mal , que passou uma semana sem querer sair de seu quarto, tentando entender o que ele tinha feito de tão ruim para que seus pais não o quisessem.

"-Você não tem culpa meu pequeno Lorenzo.- o padre abraçou o pequeno corpo de Lorenzo- Eles que estão perdendo a criança maravilhosa que você é. Deus sabe que você está destinado a fazer grandes coisas na vida."

A voz da aeromoça no alto-falante, fez os dois se afastarem. Lorenzo passou a mão no rosto e secou as lágrimas que tinha derramado.

-Vá.- Luca deu leves batidas em seu ombro- Não esqueça de ligar quando chegar e passe protetor solar, ouvi dizer que o sol da Califórnia pode ser bem quente.

-Não vou esquecer.- ouviu um pequeno soluço e viu que Carlo chorava nos braços de Giovanni, que passava as mãos carinhosamente nos fios dourados do mais novo.

-O que eu vou fazer sem você?- ele falou entre o choro.

-Carlo, eu não entendi quase nada do que você falou, mas vou sentir muito sua falta.- o mais novo fungou.

-Vai me ligar todo dia?-perguntou manhoso.

-Vou sim.- Carlo saiu dos braços de Giovanni e foi para os de Lorenzo- Será apenas uma semana, não precisam se preocupar.- disse olhando para todos.

-Eu sei, mas nunca ficamos tanto tempo separados.

Estados Unidos, Califórnia 13:45

-Pauline, se não saírmos agora, vamos nos atrasar.

-Só falta um lado do olho.

-Está há quase uma hora se maquinado, só vamos no aeroporto.

-É fácil falar.- a loira revirou os olhos- Você já nasceu linda.

Eliza encarou a namorada pelo espelho e deu seu melhor sorriso. As duas tinham acabado de se mudar para um apartamento mais afastado do centro da cidade. Era um lugar bem aconchegante, perfeito para as duas que gostavam de natureza.

-Você também não precisa de tudo isso.- a abraçou por trás e depositou um selar em no pescoço de Pauline- Quando me apaixonei por você, estava toda descabelada e bêbada.

-Nem me lembra disso, a culpa foi toda sua.

-E lá vamos nós.- Eliza começou a pentear os cabelos da namorada.- Como eu iria saber que você gostava de mim? E para de reclamar que nem você tinha certeza.

-Tem razão, mas é sempre mais fácil culpar outra pessoa.

-Ainda não sei o que vi emm você.

2 meses em Roma (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora