2 meses em Roma (Romance Gay)

Quindici

Hotel Eterna Passione 6:20

Devon acordou com o som de seu dispertador. Procurou o telefone em cima do criado mudo, para poder desligá-lo, mas sentiu que a vibração vinha do bolso traseiro de sua calça.

Nunca tinha precisado de um dispertador para conseguir acordar, até Pauline o elogiava por isso, mas ultimamente andava acordando atrasado, e ele mais do que ninguém sabia o motivo para isso.

-Mas que inferno!- desligou o dispertador e empurrou o telefone para debaixo do travesseiro.

Precisava parar de beber, não era a primeira vez que acordara com enxaqueca desde que tinha chego em Roma.

-Devon?- escutou alguém chamá-lo.

-Entra, acho que está destrancado.

Escutou o suspiro de Pauline do outro lado da porta, e logo em seguida a abriu.

-Toma,- Pauline lhe entregou uma sacola- achei que fosse precisar.

-Obrigado.- falou abrindo a sacola, encontrando remédios e vitaminas.

-Você...- Pauline sentou-se ao lado de Devon- Foi ver o Lorenzo?

-Não quero falar sobre isso, não agora.

-Então, quando a gente for tomar café da manhã, estou morrendo de fome.

Ele riu fraco.

-Vou tomar banho.

Devon depositou um beijo na testa da irmã e entrou no banheiro.

Mosteiro 6:23

O sino da igreja tinha acabado de tocar, mas Lorenzo já estava acordado. Na realidade, se ele tinha dormido pelo menos duas horas, era muito.

Escutou o passos apressados dos outros moradores, e percebeu que se não se apressasse, iria perder a missa e o café da manhã, porém pela primeira vez, ele não se importava. Poderia apenas dizer que não estava se sentindo muito bem, estaria mentindo, mas não queria se encontrar com Carlo -o mesmo com toda certeza o interrogaria.

Continuou deitado e fechou os olhos, na esperança de conseguir dormir pelo menos um pouco.

♞♜♝♟

13:22

-Estava preocupado com você.- Lucca suspirou- Não apreceu no café da manhã e nem no almoço.

Lorenzo estava recolhendo as roupas do varal quando Lucca apareceu. Tinha acabado de acordar, não planejava ter dormindo tanto.

-Não estava me sentindo muito bem.- mentiu- Mas já estou bem melhor.

Lucca segurou o rosto de Lorenzo, o forçando a encará-lo.

-O que está acontecendo?

O mais novo desviou o olhar.

-Nada, não está acontecendo nada.

-Se quiser conversar, sabe onde estou.

Lorenzo queria poder falar tudo o que estava sentindo, mas não conseguia. Era covarde. Era covarde demais para assumir que amava Devon, mais do que suas crenças, e mais do que seu coração conseguia suportar.

•
•
•

Caffetteria Vista Mare 14:31

-Peguei um americano para você.- Pauline colocou as duas xícaras que segurava em cima da mesa e sentou-se.

-Obrigado.- ele tomou um gole e franziu a testa, estava sem açúcar.

-Vai me contar o que houve? Já me enrolou muito.

Devon desistiu de tomar o café amargo e colocou um cubinho de açúcar. Suspirou e olhou para a irmã. Para sua surpresa, Pauline estava radiante e mais bonita. Havia um brilho em seu olhar, que ele nunca tinha visto antes.

-Está indo tudo bem com a Eliza?

-Está sim, ela é a melhor pessoa que eu conheci.- ela sorriu- E para de tentar mudar de assunto.

-Não aconteceu nada.- ele desviou o olhar.

-Você acabou de desviar o olhar, é meu irmão, sei quando está mentindo.

-Line...

-Não adianta.- ela balançou a cabeça em negação.

Devon revirou os olhos e bufou, só de pensar na noite anterior, seu peito doía.

-É o Lorenzo?

Ele concordou.

-Falei com ele ontem.

-Isso eu percebi.- foi a vez dela revirar os olhos- Mas do que vocês conversaram?

-Perguntei se ele não queria morar comigo na Califórnia.

Ele colocou mais um cubinho de açúcar no café.

-E o que ele falou?- perguntou entusiasmada.

-Que não podia.- deu de ombros- Que não podia abandonar tudo.

-Mas por quê? Pensei que ele te amava, que vocês se amavam.

-Mas eu amo ele, amo muito.- Devon colocou mais um cubinho de açúcar.

-Devon, pelo amor de Deus, para de colocar açúcar nesse café! Você nunca tomou café com açúcar.

Pauline escutou um fungado e olhou para Devon. Ele estava com os olhos vermelhos e lacrimejando.

-Devon, meu amor, o que aconteceu?

-Ele disse que nosso amor era errado.- ele passou as costas da mão na bochecha para secar as lágrimas - E está doendo mais do que consigo suportar.

chegay e já to vazando
kissus meus moranguinhos