Diciassette

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Hotel Eterna Passione 11:25

Devon se jogou na cama e colocou um dos travesseiros sobre o rosto. Deu um longo suapiro e supriu a vontade que estava de soltar um grito. Tirou o travesseiro do rosto e encarou o teto, como se fosse a coisa mais interessante naquele momento e provavelmente, no mundo.

Ele  já esperava que Lorenzo não tivesse nenhuma reação em relação a sua partida, mas lá no fundo, ele esperava que Lorenzo ficasse triste ou que pelo menos tivesse sentido algo.

Seus olhos começaram a arder e colocou o travesseiro em seu rosto novamente. E pensar que no começo, para Devon, Lorenzo era apenas um pequeno passa-tempo nesse dois meses que ficaria em Roma. Nunca, em nenhum momento, passou pela sua cabeça que poderia se apaixonar.

Era como se estivesse bravo com si próprio. Tinha prometido que nunca mais se apaixonaria por alguém pelo resto de seu vida, não queria se machucar de novo, não queria passar por tudo isso de novo, mas olha onde estava, em um quarto de hotel sozinho e com os olhos inchados por ter tirado quase toda a água de seu corpo, chorando.

Lorenzo era um padre, era óbvio que nunca ficaria com alguém, principalmente com outro homem.

Mosteiro 11:30

-Lorenzo, você precisa se acalmar.- Carlo deu um copo de água para Lorenzo.

Ele estava soluçando muito e mal conseguia falar algo. Carlo estava preocupado, nunca tinha visto seu amigo chorar desse jeito e não sabia o que fazer.

-O que aconteceu?- ele dava leve batidinhas nas costas do moreno.

-Ele vai embora.- disse com a voz embargada - Carlo, ele vai embora.

-Ele quem?- franziu o cenho- Do que está falando?

-Eu disse para ele que éramos errados.

-Não estou conseguindo compreendê-lo.- Carlo sentou-se ao lado de Lorenzo e começou a fazer um leve carinho em suas costas, tentando acalmá-lo- Como assim, errados?

Lorenzo tomou todo o líquido do copo em apenas um gole. Respirou bem fundo e tudo o que sobrou, foram os soluços.

-Ele é um homem e eu também.- ele apertou o copo de vidro em suas mãos- Deus nunca iria me perdoar.

Carlo balançou sua cabeça de um lado para o outro e começou a rir, mas logo recebeu um olhar confuso e furioso de Lorenzo.

-Porque está rindo?- ele bufou- Não lhe contei nenhuma piada.

-Lorenzo, meu querido amigo, não consigo achar nada de errado nisso.

-Agora sou eu quem não estou entendendo nada.- ele franziu o cenho.

-Isso é amor, amar não é errado.- ele sorriu com ternura- Deus nunca iria te castigar por amar alguém, seja ele homem ou mulher.- Carlo puxou a manga da batina e secou as poucas lágrimas que ainda caíam- Estamos no século vinte e um, o mundo está mudando, assim como as pessoas.- ele apertou as bochechas do moreno.- Não seja tolo! Se realmente o ama, vá, corra atrás dele. -Carlo segurou as mãos de Lorenzo- É melhor fazer e se arrepender, do que passar o resto da vida, imaginando como poderia ter sido.

Lorenzo encarou Carlo por longos segundos, absorvendo tido aquilo o que o mais novo tinha acabado de falar. Ele tinha razão, Carlo tinha a total razão. Era engraçado pensar que ele estava complicado algo simples.

-Sei que não é fácil, mas você precisa tentar.-Carlo sorriu abertamente.- O mosteiro não vai sair correndo. Sempre que quiser voltar, estaremos de braços abertos para recebê-lo, então não perca essa oportunidade. Se divirta, conheça o mundo, por mim e por todos aqui.

Lorenzo abraçou Carlo tão forte, que o mesmo revlamou de falta de ar.

-Obrigado.- o apertou um pouco mais- Obrigado por abrir meus olhos, e me fazer enxergar tudo aquilo que eu não conseguia.

2 meses em Roma (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora