2 meses em Roma (Romance Gay)

Tre

Piazza del Campidoglio 13:31

-Pessoal, recebemos a autorização da prefeitura para filmarmos algumas cenas aqui, então não podemos desperdiçar essa incrível chance.- o diretor tomou um gole de seu café- Agora, todos em seus lugares! 1-2-3 ação!

-Ivan! Solte isso agora mesmo!

-Porque quer tanto essa maleta?- Devon foi andando devagar em direção à Eliza.- Isso tem algo a ver com ele?

-Você não tem que se envolver com isso.

-Tem certeza?

-Corta!- o diretor gritou- Devon, o que está acontecendo com você?- andou a passos largos na direção de Devon.

-Desculpe, é que bebi alguns copos de vinho ontem.- suspirou- Mesmo sabendo que sou fraco. Mas já tomei alguns remédios, e já está melhorando.

-É bom mesmo.- deu meia volta e voltou para seu lugar.- Do começo!

Passaram a tarde inteira filmando as cenas, e quando finalmente acabaram, Devon sentiu um peso enorme em suas costas. Estava muito cansado e sua dor de cabeça estava melhorando apenas agora. Suspirou e sentou-se em um banco que tinha em um canto da praça. Pauline andou até ele e lhe entregou uma garrafa de água, mas depois saiu para ajudar a guardar as coisas.

-Então você era realmente famoso.- Devon levou um susto quando viu Lorenzo sentar-se ao seu lado.- Atua muito bem.- sorriu.

-Você viu?- o padre concordou.

-Estava passeando pela praça e vi você. Espero que não fique bravo.

Devon olhou para Lorenzo e viu que o mesmo não vestia sua batina. Estava com roupas normais. Mas o colar com o símbolo de uma cruz ainda permanecia em seu pescoço. Estava muito atraente. Devon agradeceu por estar quase escurecendo, suas bochechas com toda a certeza do mundo tinham ficado rubras.

Por puro impulso, colocou sua cabeça no ombro de Lorenzo, o mesmo levou um breve susto, mas apenas deixou que o outro descansasse sua cabeça alí, deveria estar cansado. Sentiu a respiração de Devon ficar calma e viu que ele tinha adormecidos.

Lorenzo estava sentindo algo estranho. Algo que nunca em sua vida, tinha sentido. Seu coração estava batendo muito rápido. Estranhou, não havia corrido nem nada do tipo. Parecia algo muito errado e perigoso. Mas pela primeira vez em sua vida, não estava com medo perigo.

-Devon!- Pauline repreendeu o irmão- Me desculpe senhor...- afastou a cabeça de Devon, ainda sonolento.

-Está tudo bem. Ele deve estar muito cansado.- sorriu.- Bom, já está ficando tarde, tenho que voltar para minha casa.- levantou-se - Até breve Devon.

E mais uma vez, por puro impulso ou talvez pelo sono, deu um beijo na bochecha de Lorenzo. O mais novo ficou estatístico.

-Ai meu deus!- Devon arregalou os olhos- Me desculpe, eu estava sonolento...

-Está tudo bem, eu já vou indo.

Lorenzo colocou a mão na bochecha, e pode sentir que ela estava quente. Deu meia volta e começou a andar em direção ao mosteiro. Não sabia ao certo, mas era melhor não falar nada disso para o padre Luca.

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Hotel Eterna Passione 22:00

-Quem era o homem?- Pauline jogou-se na cama ao lado do irmão.

-Lorenzo.

-Mas você é rápido, mal chegamos aqui. E eu nem sabia que você atacava para os dois lados. Essa é nova.- a mesma riu.

-Ele me ajudou quando estava fugindo de algumas fãs.- ele revirou os olhos- E eu não ataco- fez aspas com as mãos - para os dois lados. E além do mais, ele é um padre.- sentiu uma pontada de decepção?

-Ah, então é um amor perigoso?

-Line, para.- virou para o outro lado da cama- Me deixa dormir.

-Ficou magoado?- continuou insistindo.

-Line, por favor.- ele suspirou pesadamente- Eu preciso descansar.

Pauline lembrou-se do que aconteceu com seu irmão quando ainda estavam no colegial. Ela tinha esquecido esse fato. Mexeu nos cabelos sedosos do irmão e depositou um beijo alí.

-Desculpa... Amanhã eu venho te acordar.- levantou-se da cama e andou até aporta a abrindo- Te amo.

-Eu também.

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Mosteiro 06:30

-Buongiorno Giovanni.- Lorenzo sentou-se em seu lugar de costume.

-Está tudo bem?- entregou um prato com panquecas para Lorenzo, que agradeceu.- Está pensativo desde ontem. Aconteceu algo?

-Não, está tudo bem.- sorriu.- Carlo está bem?

-Está sim, já deve estar vindo.

Lorenzo concordou e começou a tomar seu café da manhã. Ainda estava confuso sobre o que estava acontecendo. E ainda achava que não era bom falar com padre Luca.