21 de fevereiro de 2017

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Diário aflito,

Algumas vez já compareceu a uma roda de doentes anônimos? Seja dependentes químicos, alcoólicos ou apenas compulsivos?


Eu também não. Bem, quase não. Eu acho.


Vou lhe explicar bem do inicio.


Uma de minhas primas sofre de uma seria depressão. Ela precisa do tratamento que parou de fazer. Mas entenda, não é tão simples se cuidar quando está presa no caos e sem a ajuda que deveria vir da própria casa. (Nota aos maridos: Depressão não é frescura. Você quando casou-se com ela prometeu cuidar e amar na saúde e na doença. Então, querido, cuide dela e a ame mais do que o costumeiro. Ela precisa de você mais do que imagina.)


Sem ofender ou rebaixar os familiares diretos dela, (porque conviver com um depressivo também não é algo fácil), ela precisava do apoio que não estava tendo. E ai, entrou o resto da família. Mas especificamente cinco das mulheres da família. Seis, se contar que eu estava lá sem saber muito o que fazer.


A conversa sucedeu-se em roda. O que a principio, enquanto eu ainda estava apenas observando de fora, pareceu meio cômico. Não que eu ache alguma graça dos problemas que levam as pessoas a usarem esse tipo de método para ajudarem umas as outras. Pelo contrario. Eu acho um método eficaz, acredito no quão ajudador possa ser. Mas entendam minha mente fértil e as vezes infantil. Era uma roda, cada um contando seus problemas e dificuldades quase como uma competição para mostrar a ela que poderia superar os seus também. Um ranking de vida ruim. Ou um ranking de superação. Depende do seu otimismo na hora de pensar nisso.

Mas no momento em questão meu otimismo estava adormecido e o clima tenso aflorava meu nervosismo e minha grande vontade de rir em horas improprias.

Mas quando isso passou e me adentrei da seriedade dos problemas jogados no circulo, vi quão maldosa nossa mente é. Ela, quando não em colaboração conosco, é nossa maior inimiga. Isso por que é a única que pode vir a nos destruir de dentro para fora.

E quando o estrago é feito por dentro, mesmo o corpo estando em perfeito estado, a alma pode vir a óbito.




O diário aleatório de Margot.Onde histórias criam vida. Descubra agora