06 de maio de 2018 - Ao Doutor

2 0 0
                                    

Meu querido, tens os olhos do meu bem. No fundo lembra-me ele. Olhando, calculando, cogitando e opinando. Mas não me mandou, sabe? Então talvez nem lembre tanto.

Deve estar perguntando-se por que não voltei. Ou não, não deve gravar todos os pacientes que tem.

Mas se estiver, não voltei por fuga, medo e falta de cresça. Não no senhor, mas em minha salvação.

Não me leve a mal, mas não preciso do seu diagnostico para saber que estou afundando e que isso não vai acabar. Mais fundo e mais.

Não sei mais o que fazer.

Os tempos de calmaria não compensam mais

E ele ouve musicas tristes, te contei? Fomos feitos um ao outro. Eu para afunda-lo também e ele para garantir que eu me afunde.

Não é de agora, Doutor. Ando cansada da vida a tanto tempo. Fazem bilhares de lagrimas.

Não sei mas escrever, mas aproveitar, mas relaxar.

Não sei mais viver, concorda?

Mais alcanço, menos pra frente vou.

Seria lindo e poético se eu terminasse com uma confissão do meu suicídio, mas sou medrosa! Me perdoe. Seria mais poético

O diário aleatório de Margot.Onde histórias criam vida. Descubra agora