Diário, me lembre de respirar.
As crises de ansiedade me atacam cada vez mais. É incontrolável, espero que entenda.
Por que eu não entendo. Não consigo aceitar.
Logo eu, porque?
Tudo é sempre demais. O nada é demais. Sempre.
Há vezes que eu tenho absoluta certeza que não suporto mais. Que tem algo preso e ao mesmo tempo solto no meu peito, que doi, me machuca, me tira o ar, causa palpitações, enevoa minha mente, me deixa inquieta e me mata um pouquinho todo dia.
É terrível!
Ontem chorei quietinha no banco de trás do carro enquanto meus pais conversavam tranquilamente. E não era nada, sabe? Meus olhos começaram a queimar e eu precisava desabar. Então o fiz. Em silencio, presa ao sofrimento mudo.
Escrever isso me impressiona. Parece tão horrível. Não que não seja, mas, já me acostumei.
Durante as crises eu acho que tudo vai desmoronar, que a morte é o melhor acalento. E, quando passa, fica só a menina patética que não compreende o que houve.
Vira tudo um sonho que mesmo quando acordamos ainda nos surpreende.
E é constante. Um sonho que tenho toda noite e as vezes o resto do dia também.
É agonizante.
Principalmente por eu não aceitar que a agonia é real.
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O diário aleatório de Margot.
PoesíaQuerido Diário, Você foi criado para isto, ser diário. Em você falarei sobre coisas banais, pensamentos aleatórios ou apenas para escrever. Seja como for, que isso me ajude a quebrar alguns bloqueios de escrita. Não se sinta ofendido se o que for...