09 de fevereiro de 2017

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Melancólico Diário,

É verdade que toda calmaria antecede o caos?

Pois eu diria que sim. E você também dirá após o fim do meu lamento.

A manha do dia oito foi doce. Foi de uma graciosidade interna muito grande. Me sentia completa, feliz e esperançosa. O sol esquentava meu rosto, o vento sussurrava para mim. Quase que os pássaros me levaram voando ao trabalho.

Tudo bem, talvez nem tanto. Mas comparado a manha de hoje, tudo pareceu digno de uma manha primaveril.

Mas a felicidade dessa manha não durou tanto. Algumas horas depois já me senti faltosa de alegria. Eu me sentia só.

Tentei ignorar a solidão e enfrentar a tarde orgulhosa. Mas a noite tudo é devastador.

A solidão era injetada em doses grandes em minhas veias. Causando seus efeitos colaterais de tristeza e pesar.

Eu procurei um porto sequer para me atracar, despejar as amarguras e poder velejar em paz. Mas nada encontrei.

Os que seriam perfeitos para isso estavam ocupados ou já abarrotados com as próprias dores. Aos outros que sobraram, não suportariam a bagagem que eu tinha a descarregar.

Então eu desisti. Procurei a lua a me guiar e nem ela estava disponível.

Me entreguei a solidão. Deixei que ela me engolisse e saciasse sua fome de mim.

Hoje lhe escrevo do fundo do estomago dela. Espero ansiosamente conseguir rever o brilho do sol. Espero que essa escuridão não dure os históricos três dias.

O diário aleatório de Margot.Onde histórias criam vida. Descubra agora