Diário,
Ainda falo das profundezas. Acredita?
A noite que deu inicio a essa manha foi tão devastadora quando a passada. E sabe o que eu procurei no meio da escuridão? Consolo.
Mandei diversos sinais pedindo ajuda. Pedindo resgate.
Mas era noite, e todos já deviam estar dormindo. E os que não se encontravam adormecidos estavam cansados demais para socorrer alguém.
Aqui dentro é bem solitário, sabia? Qualquer um poderia enlouquecer. Não que a minha vontade imensa de desabafar com a lua já não seja um sinal obvio de loucura. Mas, aqui as coisas se agravam.
Ontem mesmo me vi abraçando um peixe e o dizendo que tudo ficaria bem. Mas ele estava morto, diário. Morto!
Então percebi, que só o consolei, pois precisava desse mesmo tratamento.
Só um abraço, um aconchego e falsas promessas de melhora. Pelo amor de Deus, isso não pode ser querer demais!
Talvez eu queira um pouco mais que isso também. Mas eu me contentaria com pouco. Afinal, quem nada tem não pode querer muito, né?
Obrigada, Diário. Por ainda me ouvir e não fugir da minha loucura. Amanha o atualizarei sobre a vida nas entranhas.
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O diário aleatório de Margot.
PoetryQuerido Diário, Você foi criado para isto, ser diário. Em você falarei sobre coisas banais, pensamentos aleatórios ou apenas para escrever. Seja como for, que isso me ajude a quebrar alguns bloqueios de escrita. Não se sinta ofendido se o que for...