01 de março de 2017

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Diário compreensivo,

Hoje vim lhe falar sobre perdoabilidade (se é que isso existe fora da minha mente).

O que, para você, caracteriza algo imperdoável?

É uma sincera pergunta, acredite. Pois, eu ainda não encontrei minha resposta.

Já perdoei de tudo. As vezes levo isso como um fardo, as vezes como uma benção. Mas sempre como um fato.

Não me canso de perdoar. Ou, pelo menos, até hoje não me cansei. Não há um pedido de desculpas sincero (e as vezes superficial) que não me comova.

E então, volto a perguntar, o que é imperdoável? 

Existem fatos imperdoáveis ou o que os tornam assim são as circunstancias?

Eu votaria na segunda opção.

Um mesmo fato pode ser imperdoável ou não dependendo do contexto.

Talvez chamar alguém por um certo apelido pode não ser considerado erro. Mas e se o mesmo causa efeitos emocionalmente catastróficos em alguém e você é totalmente ciente disso e continua a usa-lo?

O fato de ser um erro "pequeno" o torna menos imperdoável? 

Pois lhe digo, menos devastador, não.

Talvez o imperdoável seja o erro sem escrúpulos. O erro, que mesmo redimido e arrependido, foi feito com total consciência do caos que causaria.

O erro feito para ser apenas isto: um erro.

Mas conhecido como o pecado proposital.

Talvez agora, melhor entendida da minha própria perdoabilidade, eu encontre e, acima de tudo, aceite o que não merece perdão.





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