O Que Fazer Agora?

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Eu não conseguia dormir, tudo aquilo ainda estava muito vivo em minha mente, Jess e seus pais eram muito legais, eles sabiam que eu precisava ficar sozinho então evitavam ir ate o quarto, geralmente, Jess so entrava aqui quando vinha trazer algo para eu comer e muitas vezes eu não comia, ja se passaram dois dias que tudo aconteceu, dois dias que eu não dormia, meus olhos estavam cheio de olheiras e tambem vermelhos e inchados, por conta das lágrimas que teimavam em cair sempre que eu me perdia nas lembranças dos bons momentos que tive ao lado de minha família, eu tinha perdido tudo, eu ainda não acreditava no tamanho do meu fracasso. A notícia do "ataque de animal" a um homem em seu apartamento e o desaparecimento de sua esposa e filha, se espalhou pela cidade, foi televisionada por vários jornais em muitas emissoras, entretanto, como estavamos em "tempos de paz" os semideuses dos acampamentos ,provavelmente, treinavam, disputavam captura da bandeira ou jogos de guerra, ninguém perdia tempo assistindo tv, por isso, com certesa, meus amigos ainda nem sabiam do ocorrido. Jess bateu na porta e eu a deixei entrar, ela estava com os olhos arregalados, como se acabasse de ver um fantasma, ficou me olhando por alguns segundos, com o telefone na mão, sem saber o que falar.

--- O que foi, Jess - perguntei.

--- É pra você - disse ela estendendo a mão para me entregar o telefone.

--- Diga que não estou ou qualquer coisa do tipo, eu não quero falar com ninguém.

--- É a Annabeth - disse ela com a mão ainda estendida.

--- O que? - perguntei surpreso.

Peguei o telefone da mão do Jess e atende.

---- Alô - falei tentando não transparecer minha surpresa, mas ela não respondeu - Alô.

Eu podia ouvir sua respiração acelerada, mas ela não respondia, de repente a ligação caiu ou Annabeth desligou, o que era mais provável, eu não entende por que ela tinha me ligado e procurei não pensar nisso, pra falar a verdade, eu perfeita que Laisla me ligasse, mas ela estava com sua família e eu não pretendia estragar sua viagem, eu esperaria que ela voltasse, nesse momento eu não tinha ideia de que nunca mais a veria, devolve o telefone a Jess, ela se virou para sair do quarto, mas então mudou de ideia e voltou.

--- Percy, posso te fazer uma pergunta? - ela disse as palavras com muito cuidado, como se esperasse que eu tivesse uma péssima reação.

--- Claro - forcei um sorriso, ela estava me ajudando tanto, que não tive coragem de negar.

--- É verdade que você é um semideus? - perguntou ela com um olhar ansioso pela resposta.

Eu não fazia ideia de como ela descobrira ou pelo menos desconfiava daquilo, nunca vi nada suspeito nela, nem mesmo desconfiava que ela pudesse ter o dom da visão assim como Laisla.

--- Como você sabe? - perguntei surpreso.

--- Ouvi você dizer uma vez, que por ser um semideus corre perigo de ser atacado por monstros o tempo todo - Jess ainda tomava cuidado com as palavras, como se esperasse que uma bomba atômica caisse sobre ela - Então, é mesmo verdade?

--- Sim, é verdade - confirmei com tristesa - Eu ja fui chamado de héroi, mas hoje, não sou mais nada.

--- Então aquilo que aconteceu com se... - ela interrompeu-se, mas eu sabia exatamente o que ela ia falar.

--- Não Jess, aquilo que aconteceu com meus pais, não foi um ataque de animal, foi o ataque de um monstro - responde com um misto de tristesa, raiva e culpa e as lágrimas irromperam dos meus olhos.

--- Por favor me perdoe, Percy - disse Jess enquanto sentava-se ao meu lado na cama colocava um de seus braços ao meu redor, sobre meu ombro, e com sua mão puxava minha cabeça para que eu a descansasse em seu ombro - Eu não deveria tocar nesse assunto.

PERCY JACKSON O ÔMEGA  o Heroi Traido (livro um)Onde histórias criam vida. Descubra agora